Medicamentos contendo fumarato de tenofovir desoproxila no tratamento do HIV : uma abordagem sobre as alterações neurocognitivas relacionadas ao HIV/AIDS.

Abstract

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), uma das mais graves pandemias, iniciou-se na década de 70, sendo causada pela infecção do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). A AIDS é caracterizada como o estágio mais avançado, em que há manifestação da doença. As formas de contágio se dão por meio de relações sexuais sem uso de preservativo, contato com materiais perfuro cortantes não esterilizados, contato com material biológico como sangue contaminado ou a partir de transfusões. No Brasil, o primeiro caso de infecção pelo HIV foi identificado em 1980. Até 2015, foram registrados mais de 800 mil casos de AIDS no país, com média anual de aproximadamente 40 mil casos. Desde 1996, o Sistema Único de Saúde (SUS) distribui gratuitamente medicamentos antirretrovirais no país. Quando não tratado, a infecção pelo HIV pode causar alterações neurocognitivas, decorrentes de encefalopatia pela infecção viral. Desse modo, o presente trabalho apresenta uma revisão de literatura narrativa sobre os medicamentos para o tratamento do HIV, contendo o princípio ativo fumarato de tenofovir desoproxila (FTD), em associação ou não com outros antirretrovirais na forma farmacêutica comprimido revestido. Devido às propriedades que o FTD possui como o seu uso na prevenção das alterações neurocognitivas, além do destaque para sua utilização na pós-exposição ao HIV, alguns estudos demonstram que se a pessoa exposta ao vírus fizer o uso do FTD até certo período de tempo existe uma chance de que ela não seja infectada pelo HIV. Apresenta as propriedades físico químicas e biológicas do FTD, mecanismo de ação, farmacocinética e biodisponibilidade, com destaque para a biodistribuição para o SNC. Também apresenta uma abordagem considerando o uso do FTD no tratamento do HIV/AIDS, com foco na prevenção e/ou tratamento de alterações neurocognitivas relacionadas à infecção viral.