Mulheres economistas : uma análise de gênero nas academias.

Abstract

O aumento da participação feminina no ensino superior não esconde desafios, uma vez que, se dados nacionais apontam uma aparente equidade de gênero na esfera acadêmica, quando vistos em detalhes, eles expõem a permanência de desigualdades de gênero em alguns cursos. A Economia, em específico, ainda é um campo masculinizado e as razões para a baixa participação das mulheres nesse âmbito ainda fazem parte de estudos incipientes e pouco investigados, principalmente no Brasil. Este trabalho tem o objetivo de analisar como as relações de gênero podem influenciar a carreira acadêmica superior de professoras do curso de Economia que lecionam em nove instituições de Minas Gerais (UFJF, UFMG, UFOP, UFSJ, UFU, UFV, UFV – Rural, UNIFAL e UNIMONTES). A metodologia escolhida foi a qualitativa, utilizada como estratégia para coleta de dados a entrevista estruturada e online, para analisar desde a escolha do curso até o desenvolver da carreira acadêmica e as dificuldades nesse percurso. As respostas das docentes revelaram experiências desafiadoras, constrangedoras e de muitas renúncias bem como demonstraram barreiras de gêneros, entre elas: a pouca receptividade na chegada ao curso, a imagem masculina do Economista e a falta de credibilidade das mulheres no campo. Por fim, as entrevistas mostraram, que para conseguir trilhar o caminho da carreira docente em Economia, as mulheres precisaram enfrentar obstáculos como estereótipos de gênero, preconceitos, discriminações e sexismo.