Estudo da atividade fotoprotetora de extratos hidroalcoólicos de própolis verde em formulação de protetor solar.

Abstract

A exposição solar excessiva e sem proteção representa um dos maiores riscos para a ocorrência do câncer de pele e fotoenvelhecimento; diante disso as matérias primas de origem natural como à própolis vem se destacando cada vez mais. A própolis é uma resina natural não tóxica produzida por abelhas melíferas, ela apresenta atividades biológicas, tais como atividades antimicrobianas, anti-inflamatória, anestésica e citostática. Atualmente, é utilizada nas indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética. A própolis apresenta em sua composição química os flavonoides, que são substâncias capazes de absorver a radiação ultravioleta, indicando a possibilidade do uso desses produtos como filtros solares em fotoprotetores. Os fatores de proteção solar (FPS) in vitro dos extratos e da formulação de própolis verde, foram determinados por método espectrofotométrico desenvolvido por Mansur. Todos os extratos hidroalcoólicos de própolis verde (EHPV) preparados em temperatura ambiente e com aquecimento, apresentaram alta absorção na região do UVB (290 a 320nm). O extrato hidroalcoólico de própolis verde 70% com aquecimento, foi incorporado a uma formulação de filtro solar com Gel Permulem TR1, à fim de aumentar o FPS. A formulação do Gel Permulem TR1, sem a presença do extrato apresentou um FPS de 2,47; já com a incorporação do EHPV 70% a quente o FPS foi de 25,42 gerando um aumento significativo nos valores de FPS. Foi realizado um teste de fotoestabilidade e as amostras ficaram expostas a radiação por 1 h e 30 minutos, avaliando a absorbância a cada 15 min de exposição a luz. De acordo com os resultados é possível afirmar que a própolis é fotoestável e que houve um sinergismo entre as formulações com os extratos, comprovando a eficácia da própolis como uma substância fotoprotetora. Tal propriedade, se justifica pela análise da própolis verde realizada pela técnica de CLAE-DAD que comprovou a presença de substâncias fenólicas. Foi realizado também, o teste de HET-CAM que avalia se a substância em análise provoca ou não reações irritativas na pele. Após a realização do teste, o mesmo comprovou que a formulação do gel incorporado ao EHPV 70% a quente, foi classificada como não irritante/levemente irritante; o que certifica que esta é uma formulação segura para ser aplicada sobre a pele. Portanto a incorporação do produto natural como à própolis junto a uma formulação fotoprotetora é uma das alternativas para promover o aumento do FPS sem deixar a formulação com caráter irritante.