Comparação entre metodologias heurísticas e bivariadas de análise de suscetibilidade a escorregamentos como método de prevenção a desastres naturais na mesorregião da Zona da Mata mineira.

Abstract

O aumento da ocorrência de escorregamentos acarreta extensos prejuízos nas esferas sociais, políticas, econômicas e culturais. Estes dados alertam sobre a necessidade de se aprimorar o planejamento do uso e ocupação do solo, especialmente em relação à expansão territorial urbana. Neste contexto, o presente estudo teve por objetivo a elaboração de mapas de suscetibilidade a escorregamentos, avaliando a acurácia e especificidades dos mesmos, de modo a verificar a exequibilidade de metodologias de baixo custo no contexto da gestão pública de prevenção a escorregamentos e da adequação de municípios à Lei 12.608 de 2012. Para tal, fez-se a análise de inventário de evento com 324 cicatrizes por meio das metodologias de taxa de frequência, também conhecida como likelihood ratio, e processo Hierárquico Analítico Multivariado - AHP. A execução destes métodos levou em consideração oito fatores predisponentes de escorregamentos, sendo eles: i) Elevação; ii) Declividade; iii) Litotipos; iv) Distância das linhas de Drenagem; v) Orientação das vertentes; vi) Curvatura plana; vii) Índice Topográfico de umidade e; viii) Distância de eixos rodoviários. Os resultados obtidos foram validados com as técnicas de erro relativo, R-Index e curva ROC. Os métodos foram considerados precisos pelo teste de validação R-Index e obtiveram valores de erro relativo iguais a 0,1136 e 0,2403. Em relação à área abaixo da curva ROC, obteve-se os valores de 0,853 (muito bom) para o método taxa de frequência, 0,746 (bom) para o AHP. Estes dados mostram o desempenho superior do modelo quantitativo da taxa de frequência na predição da ocorrência de escorregamentos e reafirma a viabilidade de sua utilização no contexto da gestão pública de desastres naturais e da adequação de municípios à Lei 12.608 de 2012.