Avaliação das alterações histopatológicas após o tratamento com uma nova molécula de Cumarina em camundongos Swiss infectados com o Trypanosoma cruzi.

Abstract

A Doença de Chagas (Tripanossomíase Americana) é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi (T.cruzi). Atualmente, existem dois fármacos utilizados no tratamento desta doença, o Nifurtimox e o Benznidazol (BZ). Infelizmente o uso desses medicamentos resultam em muitos efeitos colaterais devido a toxicidade e apresentam baixa eficácia no tratamento em estágios mais avançados da doença. Neste contexto, novos medicamentos antiparasitários que atuam por diferentes mecanismos de ação são necessários para tratar pacientes infectados com o T.cruzi, com o propósito de evitar efeitos colaterais graves e obter maior eficácia terapêutica. A Cumarina utilizada nesse estudo, foi obtida por meio de síntese orgânica. Testes in vitro realizados anteriormente mostraram que a Cumarina apresenta baixa toxicidade e uma excelente atividade tripanocida in vitro, sendo então recomendada para testes in vivo. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade tripanocida dessa nova molécula de Cumarina em camundongos Swiss infectados com o T.cruzi. Para cumprir com objetivo, 50 camundongos Swiss, fêmeas, com 30 dias de idade foram infectados com a cepa Y do T.cruzi, posteriormente foram tratados por 5 dias, durante a fase aguda da infecção, com Cumarina nas concentrações 50, 100 e 250 mg/kg. Os grupos tratados com diferentes concentrações de Cumarina apresentaram parasitemia significativamente maior que o grupo tratado com BZ. Na avaliação histológica de coração observou-se hiperemia, processo inflamatório, e necrose em todos os grupos infectados, sendo esses paramêtros mais intensos nos animais tratados com BZ, Cum 100 e 250 mg/kg. Na avaliação histológica de colón, também foi possível observar inflamação e necrose, entretanto, ao contrário do observado no coração, o tratamento com BZ e Cum 250 mg/kg foi capaz de reduzir as alterações histopatológicas na maioria dos animais desses grupos. Desta forma, embora a Cumarina não tenha mostrado sinais de toxicidade in vivo em testes previamente realizados pelo grupo de pesquisa, o seu uso não apresentou resultados satisfatórios para o tratamento da infecção experimental pela cepa Y de T. cruzi, visto que não foi capaz de reduzir os níveis parasitêmicos e as alterações histopatológicas cardíacas.