Estudo laboratorial da influência de processos de intemperismo na degradação do lastro ferroviário.

Abstract

O uso do modo ferroviário de transporte em larga escala é uma das primeiras opções a se estudar para desafogar as rodovias e diminuir a dependência desse meio de transporte tanto para cargas quanto para passageiros. No Brasil, novas propostas de aumento da malha ferroviária tem aparecido ao longo das últimas décadas, após um longo período de falta de investimento nesse meio de transporte. Uma das principais camadas estruturais da ferrovia é o lastro, normalmente construído com pedra britada de rochas naturais. No Brasil, britas de lastro devem atender as exigências prescritas na norma técnica ABNT NBR 5564 (2011), que estabelece valores limites que parametrizam seu comportamento ideal durante sua vida útil na via. Vários processos podem prejudicar a capacidade de suporte dos materiais do lastro e diminuir sua vida útil na linha. A passagem das composições pode gerar a quebra progressiva dos agregados, aumentando a quantidade de partículas finas. Porém, os agentes de intemperismo também podem provocar a degradação precoce do lastro antes que atinja seu tempo previsto de desguarnecimento. O objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial de degradação de intemperismos físico e químico em materiais de lastro ferroviário. Foram analisados lastros de rochas naturais de basalto e gnaisse e um lastro de escória de aciaria LD britada para essa função. Os lastros foram submetidos a ciclos de simulações de intemperismo por congelamento e degelo e imersão em solução salina, tendo sido avaliadas suas propriedades físicas e mecânicas antes e depois desses processos. Em geral, a simulação adotada para o intemperismo químico apresentou maior potencial de degradação dos materiais, em comparação ao congelamento e degelo. O basalto se mostrou bastante vulnerável ao intemperismo químico, apresentando um grande aumento nos índices de contaminação após os ciclos, porém, não apresentou grandes perdas de resistência mecânica. O gnaisse apresentou maiores perdas de massa por choque e abrasão após esse tipo de intemperismo, enquanto a escória apresentou valores muito baixos de resistência à carga pontual ao final dos ciclos. A forma do material apresentou melhoras ao longo dos ciclos, acompanhando o aumento da contaminação.