Serra do Itacolomi revisitada : estratigrafia, arcabouço estrutural e aplicação de métodos geofísicos

Abstract

No topo das sequencias metassedimentares da região do Quadrilátero Ferrífero ocorrem rochas do Grupo Itacolomi. Considerado por muitos autores como um terreno alóctone, sua evolução tectônica e posição estratigráfica são temas bastante discutidos na literatura. Estudos geocronológicos e estratigráficos recentes, nas regiões de Furquim e Chapada/Lavras Novas, respectivamente, modificaram a compreensão sobre a distribuição das rochas do Grupo Itacolomi e suas relações de contato. Este projeto propõe um estudo estratigráfico, estrutural e geofísico alinhado com a visão atual sobre o Grupo Itacolomi em sua localidade tipo, a serra do Itacolomi. Está inserido na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso (TCC-402) com carga horária obrigatória no currículo do curso de graduação de engenharia geológica da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. Teve como objetivos investigar e caracterizar o arcabouço litoestrutural e geofísico da Serra do Itacolomi através da realização de mapeamento geológico litoestrutural, levantamento estratigráfico e aplicação de métodos geofísicos. Como produto obteve-se um mapa geológico com escala 1:10.000, perfis geológicos, perfis colunares com o empilhamento e espessura das rochas da serra do Itacolomi, mapas geofísicos magnetométricos e radiométricos e, por fim, a descrição, análise e interpretação dos produtos. Como resultado obteve-se uma reorganização tectônica dos blocos estruturais da serra do Itacolomi, separados pela falha homônima que justapôs flancos de diferentes posicionamentos estruturais, a caracterização de contatos gradacionais predominantes, antes tido por falha e de outras estruturas que compõem o arcabouço geológico do local. Estratigraficamente propõe-se que o grupo em questão seja formado por quatro unidades, três quartzíticas nomeadas de Morro do Cachorro, Ribeirão Belchior e Pico do Itacolomi e uma composta por xistos e filitos nomeada de Rio Mainart. Discute-se também uma possível contextualização deposicional das rochas da serra do Itacolomi com variação lateral com o Grupo Sabará.