Análise histórica do uso e cobertura do solo na Bacia do Rio Doce - MG/ES.

Abstract

Uma bacia hidrográfica deve ser analisada como uma unidade de planejamento e requer um acompanhamento do uso e cobertura do solo. A fase inicial da ocupação da bacia do Rio Doce se deu, principalmente, pela produção agrícola e somente a partir do século XX é que a região começa a receber investimentos para crescer economicamente. Porém, essa ocupação se deu de maneira desenfreada, principalmente no tocante ao uso dos recursos naturais. É nesse contexto que se insere o presente trabalho, que busca analisar a dinâmica de uso e cobertura do solo na bacia do Rio Doce entre os anos de 1985 a 2017. Para isso, utilizou-se de dados dos Censos Agrícolas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dados derivados de sensoriamento remoto da plataforma MapBiomas para os anos de 1985,1995, 2006 e 2017. Os dados foram analisados para as classes denominadas “matas e florestas”, “pastagens” e “lavouras”. Observou-se que o produto do Mapbiomas tende a apresentar valores maiores de área de pastagens e matas e florestas que os apresentados pelos dados censitários. Por outro lado, os dados do Mapbiomas estimam áreas muito menores para lavouras (algumas vezes inexistente).Embora tenham valores diferentes para as classes analisadas (matas e florestas, lavouras e pastagens), tanto os dados censitários quanto os dados do MapBiomas mostram uma predominância das pastagens na bacia do Rio Doce, mesmo com um a tendência de queda desses valores de área no período de estudo. Ambos produtos também mostram uma tendência de aumento das áreas com matas e florestas entre 1985 e 2017. Espera-se que esse trabalho seja usado como referência quando for necessário caracterizar as unidades de planejamento e a bacia do rio Doce. Espera-se também que os dados possam ser utilizados para estabelecimento de políticas públicas sobre agricultura, pecuária conservação e recomposição de vegetação.