Identificação dos movimentos gravitacionais de massa (MGM) dos taludes da BR-356 entre o km 100+000 a km 101+000, e análise das condições geológicas geotécnicas da área destinada à estação de tratamento de esgoto - ETE do distrito sede de Ouro Preto, Minas Gerais.

Abstract

Os problemas de origem geológico-geotécnicos desencadeiam processos que culminam na instabilidade dos taludes vicinais e afetam diversos tipos de infraestruturas, causando grandes perdas econômicas. A área de estudo aborda o terreno onde será localizada a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Osso de Boi do Distrito Sede de Ouro Preto, sua implantação teve início em 2010 e encontra-se com suas obras paralisadas desde 2011 devido à um processo na justiça, instaurado pelo DNIT em 2013. A área fica entre os km 100 e km 101 da BR, onde neste trecho é cortada por um ramal da Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM), pela linha tronco do gasoduto Polo Vale do Aço da rede de Distribuição de Gás Natural (RDGN), além da própria BR. Com objetivo de identificar os Movimentos Gravitacionais de Massa (MGM) e fazer uma análise geológica geotécnica do terreno voltada para a implantação da ETE, foram realizadas análises cartográficas do uso e ocupação do local, e das redes de drenagens hidrográficas da área. Também, foram analisadas imagens de veículo aéreo não tripulado (VANT) e imagens de satélite do software Google Earth Pro, para estimar a magnitude dos movimentos de massa na área, e sua evolução no tempo com o início da implantação da ETE. Os resultados das análises colocam em questionamento a viabilidade do terreno para este fim, uma vez que a área apresenta alta suscetibilidade de MGM, além de conflito de uso e ocupação com as infraestruturas existentes. Ademais, sua localização às margens do ribeirão do Carmo (afluente da bacia do rio Doce) não contempla o distrito sede como um todo, somente os bairros da região oeste e sudoeste, por exemplo Centro Histórico, Barra, Rosário, Bauxita, dentre outros. Já os bairros da região noroeste: Padre Faria, Piedade, Alto da Cruz, Morro do Santana, dentre outros, não seriam atendidos. Neste contexto, os fatores analisados levaram em questionamento à viabilidade da área para a implantação da ETE. Este trabalho mostra a importância e a contribuição dos estudos geológico-geotécnicos e cartográficos para um empreendimento de infraestrutura desse porte, no qual a ausência destes pode comprometer a implantação ou mesmo acarretar prejuízo aos cofres públicos e à população.