Estudo da associação entre variáveis nutricionais e desempenho cardiorrespiratório em adolescentes.

Abstract

Os componentes da dieta podem ter influência nos resultados da capacidade cardiorrespiratória (VO₂máx) e nos parâmetros que as regem, segundo algumas pesquisas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o estudo da associação entre componentes da dieta (fibras, gorduras e açúcar) e o nível de condicionamento cardiorrespiratório de adolescentes estudantes do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), campus Ouro Preto. Foi coletado o nível de atividade física pelo Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) e hábitos alimentares com o Questionário de Frequência Alimentar (QFA), adaptado para adolescentes, a estatura (cm), a massa corporal (kg); antes e após os testes físicos foram coletados dados de Pressão Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial Diastólica (PAD), Frequência Cardíaca (FC). A coleta da aptidão cardiorrespiratória, para estimar o VO2máx, foi feita através do YOYO-TEST. Os valores de PAS, PAD e FC final foram, respectivamente, 132,3 ± 12,4 mmHg, 67,31 ± 14,3 mmHg e foi 156 ± 27 bpm. Nas meninas, esses mesmos dados, respectivamente, foram 133 ± 17 mmHg; 71,4 ± 11,25 mmHg e 170,2 ± 27 bpm. E, o VO₂máx foi de 53,25 ± 6 ml/kg/min para os meninos e 46,52 ± 2,5 ml/kg/min para as meninas. Com análise de regressão linear pelo método de Backward, analisou quais variáveis influenciam nos valores de o VO₂máx, com o nível de significância de p < 0,05 e encontrou uma influência significativa de p < 0,0001 dos hábitos de vida dos adolescentes, representados pelo IPAQ, podendo assim entender que os hábitos de vida dos adolescentes exercem influência sobre o resultado cardiorrespiratório, ou seja, adolescentes mais sedentários apresentam pior desempenho cardiorrespiratório. Este estudo não demonstrou influência significativa da alimentação na aptidão cardiorrespiratória de adolescentes. Entretanto, não se pode deixar de lado que o consumo exagerado de certos macronutrientes, como carboidratos e gorduras possam apresentar influências futuras no acometimento do risco de doenças cardiovasculares (DCV). Mais estudos nessa área devem ser desenvolvidos neste sentido, a fim de promovermos às gerações futuras melhores indicadores para a qualidade e hábitos de vida.