Fatores de risco para hipertensão arterial em trabalhadores da Universidade Federal de Ouro Preto.

Abstract

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica, multifatorial, que evolui de forma silenciosa. Ela é caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 para a pressão arterial sistólica (PAS) e/ou ≥ 90 mmHg, para a pressão arterial diastólica (PAD). No Brasil, cerca de 32,5% (36 milhões) dos adultos apresentam a HAS, constituindo um sério problema de saúde pública. Essa doença é agravada pela presença de fatores de risco, como: história familiar; dislipidemia; Diabetes mellitus; sedentarismo; excesso de peso; obesidade e etilismo. A HAS descontrolada é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. Nesse contexto, o rastreamento de indivíduos em situação de risco para a HAS e a promoção das medidas de prevenção podem reduzir a prevalência dessa doença, bem como as complicações cardiovasculares decorrentes dela. O trabalho em questão objetivou avaliar o perfil sociodemográfico e as condições de saúde dos trabalhadores da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), entre 18 a 45 anos de idade, atendidos pelo Programa Mais Saúde, e identificar os fatores de risco para HAS presentes nesta população. Trata-se de estudo transversal, de caráter quantitativo, envolvendo trabalhadores adultos da UFOP. Foram avaliadas informações sobre estilo de vida, histórico familiar, medidas antropométricas, de pressão arterial e glicemia, além de informações sobre doenças relatadas e consumo de medicamentos. Para medir a associação entre as variáveis e os grupos masculino e feminino, utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson, adotando-se nível de significância de 5%. Para a associação entre os níveis aumentados de pressão arterial e outros fatores de risco para HAS foi calculada a Odds Ratio (OR), ajustada por sexo, por meio do Microsoft Office Excel®. Foi verificado que os fatores de risco mais prevalentes para HAS foram: sobrepeso e obesidade (IMC ≥ 25 kg/m2), medidas aumentadas de circunferência abdominal (CA) e relação cintura-quadril (RCQ), sedentarismo, medidas de PAS entre 121-139 mmHg e medidas de PAD ≥ 90 mmHg, sendo que para medidas de CA e sedentarismo houve diferença significativa entre os sexos, observando-se o valor de p < 0,05. As análises de OR indicaram que, dentre os homens, a presença das variáveis IMC ≥ 25 kg/m2, CA aumentada (> 94) e RCQ aumentada (≥ 0,90) estavam relacionadas com maiores chances de apresentar a PAS elevada e a presença da variável RCQ aumentada também indicou maiores chances para PAD elevada. Os resultados reforçam a necessidade de informar a este público quais são os fatores de risco para a HAS e seus impactos na saúde, além de conscientizá-los a respeito das medidas de prevenção da HAS e incentivar os hábitos de vida saudáveis. Este trabalho pode nortear o Programa Mais Saúde, outros projetos da universidade e os profissionais do Centro de Saúde da Universidade, na promoção da prevenção primária da HAS entre os trabalhadores da UFOP.