Espetáculo e participação no cotidiano da cidade : Ouro Preto/MG como estudo de caso.

Abstract

Ouro Preto, cidade mineradora desde o Brasil colonial, hoje destino turístico e universitário, manteve, ao curso da história, sua natureza cosmopolita, mas marcada por desigualdades. Sintetizados no barroco, seus contrastes se encarnam na oposição centro-periferia, acirrada pela sobreposição do centro urbano às áreas submetidas a tombamentos patrimoniais. Num cenário global de espetacularização urbana, sua vida cultural tende a uma produção extrovertida, homogeneizadora e excludente das populações locais: construindo uma “imagem” da cidade voltada para o mercado internacional. Entendendo as experiências culturais e a apropriação dos espaços públicos pela população como agenciamentos do direito à cidade, direito social inalienável em uma sociedade urbana, este trabalho propõe, a partir da construção de cartografias sociais, problematizar as atividades culturais propostas para Ouro Preto em suas relações com os praticantes ordinários da cidade. Em que medida elas favorecem seu direito à cidade? Em que medida constituem oportunidades ou cerceamentos para as populações locais? E em que medida os ouropretanos se engajam, defendendo seu direito à cidade, na participação e produção de sua vida cultural?