Avaliação qualitativa de lanches e dos indicadores antropométricos de escolares em uma instituição privada em Ouro Preto, Minas Gerais.

Abstract

O excesso de peso na infância está relacionado a diversos impactos negativos na saúde das crianças e hábitos alimentares não saudáveis estão diretamente ligados ao seu surgimento. Neste contexto, o ambiente escolar exerce papel crucial sobre a formação destes hábitos, por ser um local onde as refeições são realizadas e no qual as crianças passam uma parte significativa dos seus dias. Portanto, torna-se de grande importância avaliar o estado nutricional de crianças na fase escolar, bem como seus hábitos alimentares enquanto permanecem na escola. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade dos lanches e o estado nutricional de escolares de uma Instituição Privada de Ensino na cidade de Ouro Preto, MG. Para tal, foi realizada a avaliação antropométrica de 24 alunos de seis a onze anos de idade, por meio da aferição do peso e altura dos mesmos, e os dados foram avaliados no programa WHO AnthroPlus®. Já com relação à avaliação qualitativa dos lanches consumidos na escola, primeiramente, foi realizado o registro por meio de um questionário, no qual foram anotados todos os alimentos presentes nos lanches dos escolares, considerando três dias não consecutivos. Após a coleta dos dados, estes foram organizados e classificados quanto a sua elaboração; os alimentos mais frequentes; e quanto ao grau de processamento segundo o Guia alimentar para a população brasileira. Os resultados encontrados pelo presente estudo mostraram que, em sua maioria, as crianças estavam eutróficas (62,5%) na análise antropométrica, acompanhado por 16,6% de crianças em risco de sobrepeso e 20,9% de crianças com excesso de peso, sendo que estes últimos resultados foram mais expressivos no sexo masculino. Já a avaliação qualitativa dos lanches mostrou que a maioria dos escolares trouxeram os alimentos de casa (77%), sendo os mais frequentes sucos naturais, sucos industrializados, bolos, biscoitos, cookies e iogurtes. E nos três dias avaliados observou-se que 100% dos alunos tiveram os lanches compostos por algum alimento ultraprocessado, enquanto que apenas 45,8% dos alunos consumiram alguma preparação in natura/minimamente processado. Portanto, conclui-se que os alimentos ultraprocessado estiveram frequentemente presentes nos lanches dos escolares e, dessa forma, faz-se necessário intervenções nutricionais no ambiente escolar para estimular hábitos alimentares saudáveis.