Programa de exercícios físicos domiciliares : benefícios sobre a qualidade de vida e capacidades físicas de idosos.

Abstract

Desde a década de 1970, com a implementação do acesso a políticas de saúde pública, vem ocorrendo uma mudança na estrutura etária no Brasil. Antes havia um predomínio de jovens na população que vem dando espaço ao crescimento importante da população idosa nesse país. Juntamente com o número de idosos aumenta também a prevalência de doenças crônicas comuns na terceira idade. Doenças crônicas, sobretudo as cardiovasculares e osteomusculares, tem, conhecidamente, correlação com a inatividade física e sedentarismo. Dessa maneira, a prática constante de atividades físicas pode prevenir muitos desses acometimentos melhorando a qualidade de vida e a funcionalidade da crescente população idosa. Com esse conhecimento em mãos, fica claro o papel importante do profissional da educação física para a melhora das condições de vida da população idosa. Tal profissional tem a capacidade de detectar as necessidades e prescrever os exercícios de acordo com a individualidade de cada um. O presente trabalho, teve como objetivo avaliar o ganho de qualidade de vida e funcionalidade, bem como avaliar a adesão e a capacidade de execução de exercícios domiciliares por parte de idosos de um distrito de Mariana chamado Furquim, localizado no interior de Minas Gerais. Obtivemos resultados que demonstraram ganhos na força física e flexibilidade na amostra após 16 semanas de atividades direcionadas e realizadas em domicílio sem a supervisão direta do profissional de educação física. Apesar da não supervisão em tempo real, os exercícios foram prescritos de maneira individualizada e levando em consideração as funcionalidades e restrições para cada um dos participantes. Em testes estatísticos não foram visualizadas melhorias na qualidade de vida estimada por questionário específico. Entretanto, em depoimentos subjetivos, todos os participantes mostraram-se estar satisfeitos com os resultados após as 16 semanas de treinamentos e além disso demonstraram interesse na continuidade da prática. Mesmo com um universo de amostragem pequeno, o presente estudo, conseguiu atingir seus objetivos iniciais, além de demonstrar que a aderência aos exercícios domiciliares é considerável e pode ser uma alternativa para retirar da ociosidade a população idosa, melhorando assim a adaptação social e física desses indivíduos.