Benzodiazepínicos : malefícios relacionados à prática da automedicação e à falta de orientação adequada em saúde.

Abstract

Os benzodiazepínicos estão entre as drogas psicotrópicas mais comumente prescritas em todo mundo. Por possuírem efeitos ansiolíticos e hipnóticos são utilizados principalmente no tratamento da ansiedade e distúrbios do sono. Seu uso no controle dessas patologias pode ser visto como potencial para abuso, dependência, desenvolvimento de tolerância e prática de automedicação. Além disso, são medicamentos que estão associados a diversos efeitos adversos. Dessa forma, o objetivo desse trabalho é discutir sobre os riscos associados à automedicação com benzodiazepínicos e falta de orientação adequada em saúde, bem como sobre os malefícios atribuídos a tais práticas através de revisão exploratória da literatura. Para tal, foi realizada uma busca de artigos em bases de dados online a partir do cruzamento de palavras chaves relacionadas ao tema. Com a utilização da metodologia de revisão exploratória, foram selecionados e analisados estudos de grupo relacionados ao uso inadequado dos benzodiazepínicos e às principais variáveis que estão associadas a essa prática. Foram avaliados também os principais representantes dessa classe utilizados na prática clínica, com suas respectivas indicações terapêuticas, efeitos adversos e interações medicamentosas. As variáveis levantadas incluem o gênero que mais utiliza essa classe de fármacos, classe prescritora, indicações farmacológicas, tempo de uso da medicação, regularidade das consultas e faixa etária dos usuários. Os resultados mostram que a maioria dos pacientes que fazem o uso dos benzodiazepínicos pertencem ao sexo feminino sendo a classe prescritora mais frequente a dos clínicos gerais. As duas principais indicações terapêuticas relatas incluem tratamento de ansiedade e insônia e, em ambos os casos, o tempo de uso é maior do que o estabelecido como adequado pela literatura sendo este, o maior motivo do uso inadequado desses medicamentos. Clonazepam e Diazepam são apontados como os representantes da classe mais prescritos na clínica. Além disso, adultos e idosos fazem uso desses medicamentos em maiores proporções quando comparados à faixas etárias menores.