Disposição final de lotes de medicamentos reprovados pela ANVISA e por laboratórios de controle de qualidade de indústrias farmacêuticas e o impacto ambiental relacionado.

Abstract

Diante do desenvolvimento industrial observa-se um aumento significativo no número de rejeitos provenientes destas indústrias, causando impactos cada vez mais graves no meio ambiente. Assim, este estudo foi desenvolvido a partir de uma análise de revisão da literatura do tipo exploratória, que buscou realizar o levantamento de dados que demonstrou o número de lotes de medicamentos retirados do mercado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA no período de 2014 a 2018 bem como as classes e formas farmacêuticas dos medicamentos que compõem estes lotes. Posteriormente, foi realizada uma discussão sobre os efeitos toxicológicos causados por estas substâncias ao meio ambiente. Após a realização do levantamento foi possível identificar que os antibióticos, suplementos alimentares, fitoterápicos, anti-inflamatórios e anti-hipertensivos são as classes de medicamentos mais recorrentemente recolhidas e que apresentam maior número de lotes retirados do mercado. Foi demonstrado também que os antibióticos, anti-inflamatórios e anti-hipertensivos são encontrados no meio ambiente em concentrações consideravelmente elevadas, que podem causar contaminação no solo, e ambientes aquáticos afetando sua fauna e flora, podendo gerar modificações em processos evolutivos, modificações morfológicas e genéticas. Medicamentos fitoterápicos e suplementos alimentares apresentaram um número de lotes recolhidos elevado, porém não apresentam grandes danos ao meio ambiente. Sendo assim, dentre as classes de medicamentos, as que potencialmente são menos tóxicas ou atóxicas. Diante dos resultados, foi discutido sobre a necessidade da criação de novas tecnologias que sejam capazes de degradar os medicamentos de forma mais eficiente afim de causar o menor impacto ambiental possível.