Eficácia/segurança dos hipoglicemiantes orais inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2 : uma breve revisão narrativa.

Abstract

O Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela desregulação metabólica, no qual há alterações no processo de síntese, oxidação e armazenamento de proteínas, carboidratos e lipídeos. Um dos resultados dessa desregulação é a hiperglicemia, que causa toxicidade a vários tecidos. Dentre a classificação do DM está o Diabetes mellitus tipo 2 (DM2), que em geral representa cerca de 90 a 95% de todos os tipos de diabetes mellitus (DM) sendo geralmente causada pela resistência à insulina. Os inibidores do co- transportador de sódio e glicose 2 (SGLT2) são fármacos antiadiabéticos orais (ADO) aprovados nos últimos anos para o tratamento da DM2, que atuam inibindo a reabsorção de glicose no rim. O objetivo desse trabalho foi realizar uma breve revisão da literatura sobre a eficácia e segurança dos fármacos inibidores de SGLT2, canagliflozina, dapagliflozina e empagliflozina no tratamento do DM2. Para tal foi realizada uma busca nos bancos de dados LILACS, SciELO, Medline, Scopus, Science Direct, Web of Science e Periódicos Capes, do ano 2012 a 2018 por palavras chaves relacionadas aos fármacos da classe inibidores de SGLT2, diabetes melitus tipo2, eficácia e segurança. Foram encontrados 15 trabalhos que avaliaram a monoterapia dos inibidores do SGLT2 e 8 associações dos SGLT2 a outros antidiabéticos. Estes estudos mostraram que, tanto em monoterapia quanto na terapia combinada, os fármacos inibidores de SGLT2 reduzem significativamente a glicemia dos pacientes com DM2. Além disso, demostraram efeitos benéficos na pressão arterial que, como o DM2, também é um fator de risco para outras doenças cardiovasculares. A redução leve do peso também foi relatada, o que é um benefício, visto que a obesidade é um dos fatores que predispõem ao DM2. Em relação aos efeitos adversos, alguns estudos mostraram que os inibidores de SGLT2 aumentam o risco de infecções urinárias, principalmente em mulheres. Por outro lado, raramente os pacientes dos estudos desenvolveram hipoglicemia e cetoacidose diabética, que são quadros graves da doença. Diante disso, pode-se concluir que os fármacos canagliflozina, dapagliflozina e empagliflozina, se mostraram eficazes e seguros, em monoterapia e em associação a outros ADOs e são, portanto, uma alternativa satisfatória para o tratamento do DM2, exceto para os pacientes com disfunção renal moderada a grave.