Consumo alimentar, atividade física e sono entre mulheres com e sem síndrome do ovário policísticos.

Abstract

A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é caracterizada por distúrbios endócrinos associada a fatores genéticos e ambientais, que acomete mulheres em fase reprodutiva, apresentando como principais manifestações o hiperandrogenismo, cistos ovarianos e oligo/amenorréia ou anovulação. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o consumo alimentar, nível de atividade física e qualidade do sono em mulheres com e sem SOP. Os dados foram obtidos por meio de um questionário online auto-aplicado. O questionário estruturado continha perguntas sobre diagnóstico de SOP, seguindo os critérios de Rotterdam, dados sociodemográficos, como idade, cor auto-declarada, escolaridade, estado civil e estado onde residia a participante. Além disso, foi realizada avaliação do estado nutricional por meio do peso e altura autorreferidos, e posterior cálculo do índice de massa corporal (IMC). O consumo alimentar foi obtido por meio de um questionário de frequência alimentar, a prática de atividade física foi analisada utilizando o questionário internacional de atividade física (IPAQ) e para a qualidade do sono, o índice da qualidade do sono de Pitsburgh (PSQI). A análise dos dados foi realizada utilizando o software SPSS, com nível de significância das análises de p < 0,05. A amostra foi composta por 232 participantes, sendo 107 do grupo que tinha diagnóstico de SOP (GSOP) e 125 do grupo controle (GC), com mediana de idade de 24,00 anos. 46,3% se autodeclararam brancas, 76,3% não possuíam companheiro(a), 60,3% tinham escolaridade em até nível superior incompleto e 84,9% residiam no sudeste do Brasil. A amostra apresentava 26,4% e 16,5% de mulheres que tinham sobrepeso e obesidade, respectivamente. Ao avaliar o nível de atividade física, 40,1% eram irregularmente ativas ou sedentárias e quanto ao sono, 57,3% apresentaram qualidade ruim do sono. Ao comparar as mulheres com e sem SOP, não houve diferença estatisticamente significativa para o consumo de diferentes grupos de alimentos, nível de atividade física e qualidade do sono. No entanto, mulheres com SOP apresentavam maior peso e maior IMC. Ao avaliar somente o consumo alimentar de mulheres GSOP, observou-se que as mulheres que tinham excesso de peso apresentavam um consumo de proteína menor do que as eutróficas. Conclui-se que mulheres com SOP apresentaram maior peso e IMC quando comparadas às mulheres do grupo controle. Além disso, o menor consumo de proteínas foi associado a mulheres com SOP apresentando excesso de peso.