Comparação entre coagulantes no espessamento e análise da aplicação da água clarificada na flotação de um minério de ferro itabirítico.

Abstract

O beneficiamento de minério de ferro depende de operações que garantem eficiência e reutilização da água, como o espessamento. Nesse processo, a escolha do coagulante influencia diretamente a sedimentação e a clarificação da água. Diante disso, este estudo compara o desempenho da cal virgem e do cloreto de amônio na etapa de espessamento de lamas e na qualidade da água clarificada utilizada na flotação de minério de ferro itabirítico. A pesquisa foi motivada por demandas observadas durante meu estágio, onde surgiu a necessidade de avaliar alternativas mais eficientes e sustentáveis. Para isso, foram realizados ensaios laboratoriais de sedimentação em provetas, seguidos de testes de flotação reversa utilizando a água obtida com cada coagulante. Através dos experimentos realizados, observou-se que o cloreto de amônio apresentou melhor desempenho nos testes de sedimentação em provetas, com velocidade média de sedimentação de 12,3 cm/min, frente a 4,1 cm/min obtidos com a cal. O teor de sólidos no sedimento também foi superior (44,7% contra 40,2%). Em relação à qualidade do sobrenadante, o cloreto de amônio resultou em turbidez de 36,6 NTU, significativamente inferior aos 154,7 NTU observados com a cal virgem, além de apresentar eficiência mesmo em dosagem três vezes menor. Nos testes de flotação, o uso da água clarificada gerada por ambos os coagulantes resultou em recuperação metalúrgica média semelhante: 88,7% para o cloreto de amônio e 89,5% para a cal, demonstrando ausência de impactos negativos no processo. Assim, o cloreto de amônio mostrou-se uma alternativa tecnicamente viável à cal virgem no tratamento de lamas e na recirculação da água de processo. No entanto, recomenda-se a continuidade da pesquisa com uma análise comparativa de custos, visando avaliar a viabilidade econômica de sua aplicação em escala industrial.