Reconstrução da paisagem da Serra da Canastra a partir do estudo palinológico de uma turfeira de altitude.

Abstract

A reconstrução paleoecológica através de grãos de pólen e esporos é possível devido a características morfológicas específicas desses palinomorfos, o que permite diferenciar as espécies ou gêneros que os produziram. Os grãos de pólen e esporos que não chegaram ao seu destino final de reprodução da espécie podem ser depositados em ambientes sedimentares. Pela sua resistência à decomposição nesses ambientes, eles podem ser preservados e assim registrar a vegetação presente no momento da deposição. A partir deste registro palinológico, é possível reconstruir as características ecológicas daquela vegetação no passado. Neste trabalho, foi analisado o registro palinológico preservado em uma amostra sedimentar de uma turfeira da Serra da Canastra, localizada na região Sudoeste de Minas Gerais. A amostra sedimentar analisada provém da base de um testemunho sedimentar de 197 cm de profundidade que foi coletado em uma turfeira. A partir da identificação de famílias e/ou gêneros dos grãos de pólen e esporos da amostra, baseado na sua morfologia, foi possível reconstruir a vegetação representada pela assembleia polínica da amostra e compreender as características desta paisagem no passado e suas relações com a vegetação atual. Chegando a Formações Campestres e Cerrado. Através do levantamento das características geomorfológicas, pedológicas e da vegetação atuais da serra, buscou-se analisar e contextualizar as implicações da vegetação reconstituída para o passado, chegando também as mesmas fitofisionomias.