Atividade antimelanoma de nanoemulsão contendo óleo de açaí e óleo essencial de melaleuca leucadendron : uma abordagem in vitro para aplicação tópica.

Abstract

O melanoma cutâneo constitui um dos tipos mais agressivos de câncer de pele e apresenta aumento de incidência em diferentes regiões do mundo. A elevada mortalidade e as limitações das terapias disponíveis justificam a busca por novas estratégias terapêuticas. Compostos naturais, como óleos essenciais, possuem atividades antioxidantes, fotoprotetoras e citotóxicas relatadas em literatura, mas sua aplicação direta sofre restrições devido à baixa solubilidade em água, volatilidade e instabilidade. A nanotecnologia oferece alternativas para superar tais limitações. Este trabalho tem como objetivo desenvolver e avaliar in vitro a atividade antimelanoma de uma nanoemulsão contendo óleo de Euterpe oleracea (açaí) e óleo essencial de Melaleuca leucadendron. O óleo essencial obtido por hidrodestilação é caracterizado por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. As nanoemulsões produzidas pelo método de emulsificação por inversão de fases são caracterizadas quanto ao tamanho de partícula, índice de polidispersidade, potencial zeta, estabilidade, comportamento reológico e morfologia. A atividade citotóxica é avaliada em fibroblastos L-929 e em linhagens de melanoma murino B16-F10 pelo ensaio de sulforodamina B. O rendimento do óleo essencial corresponde a 0,59% em relação à massa fresca, com predominância de hinesol (28,74%) e β-terpineol (17,09%). As nanoemulsões apresentam tamanho médio de aproximadamente 200 nm, distribuição homogênea, estabilidade à centrifugação e comportamento pseudoplástico com tixotropia. Nos ensaios de viabilidade celular, a nanoemulsão contendo óleo essencial demonstra maior citotoxicidade seletiva contra células de melanoma em comparação ao óleo essencial isolado. Os resultados evidenciam que a nanoemulsão contendo óleo essencial de Melaleuca leucadendron associada ao óleo de açaí exerce efeito antimelanoma in vitro, com manutenção parcial da viabilidade de células não tumorais.