Museus como espaços de aprendizagem não formal : educação patrimonial e turismo cultural no Museu da Inconfidência.

Abstract

O papel dos museus, que historicamente se consolidaram como instituições essenciais à preservação da memória e do patrimônio, tem passado por um processo contínuo de reavaliação. Com a transição da instituição tradicional para uma abordagem mais dinâmica e socialmente engajada, este trabalho de conclusão de curso investigou a contribuição dos museus para o desenvolvimento do turismo cultural e para a construção de uma educação crítica e participativa. A pesquisa partiu da problematização de narrativas históricas oficiais que promovem o silenciamento de grupos étnicos e sociais. Nesse sentido, explorou a evolução do conceito de patrimônio, de bens materiais a manifestações imateriais, e a dimensão educativa como uma ferramenta de ressignificação e transformação social. A discussão se aprofundou na mediação cultural como uma estratégia central para converter a visita museológica em uma experiência de imersão e diálogo, contribuindo para o desenvolvimento da sensibilidade, do senso crítico e do sentimento de pertencimento. Como estudo de caso, o projeto "Museus em Movimento: Museu da Inconfidência e direito à história" foi analisado como uma proposta de intervenção que buscou dar voz a narrativas marginalizadas e incentivar a apropriação crítica do patrimônio por parte do público. A pesquisa concluiu que, ao adotarem uma abordagem educativa e mediadora, os museus qualificam o turismo, transformando o consumo superficial em um fenômeno de aprendizado e transformação benéfico para a valorização da cultura local e a formação de uma cidadania mais consciente.