Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/8268
Título: | Precarização e autonomia relativa : um estudo sobre os vínculos de trabalho de assistentes sociais da Política de Assistência Social em Ouro Preto. |
Autor(es): | Dutra, Samanta Gabriely de Oliveira |
Orientador(es): | Ribeiro, Rodrigo Fernandes |
Membros da banca: | Ribeiro, Rodrigo Fernandes Alagoano, Verônica Medeiros Perez, Davi Machado |
Palavras-chave: | Ambiente de trabalho Assistência social Autonomia municipal Contrato de trabalho |
Data do documento: | 2025 |
Referência: | DUTRA, Samanta Gabriely de Oliveira. Precarização e autonomia relativa: um estudo sobre os vínculos de trabalho de assistentes sociais da Política de Assistência Social em Ouro Preto. 2025. 81 f. Monografia (Graduação em Serviço Social) - Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2025. |
Resumo: | A categoria trabalho se apresenta como uma dimensão inerente ao ser social, sofrendo transformações ao longo do tempo, as quais estão subordinadas aos interesses do sistema capitalista vigente. Antes da consolidação desse sistema, o ser humano transformava a natureza com o intuito de satisfazer suas necessidades básicas e garantir sua sobrevivência. A partir dessa relação com a natureza, desenvolveram-se novas matérias e formas de produção. Contudo, com a instauração do modo de produção capitalista, o trabalho passou a ser utilizado como instrumento para obtenção da mais-valia, ou seja, o valor gerado pelo trabalhador que não é pago pelo empregador. Diante desta perspectiva, emerge o questionamento acerca da particularidade do trabalho do assistente social, profissional que também pertence à condição de assalariado. Atualmente, diversas estratégias são utilizadas para naturalizar a precarização do trabalho, ocultando seus reais propósitos, que se alinham aos interesses do capital e dos contratantes. Diante desse cenário, o presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo central analisar a precarização dos vínculos laborais de assistentes sociais inseridos na Política de Assistência Social no município de Ouro Preto, no ano de 2025, bem como os impactos dessa precarização na autonomia relativa desses profissionais. Ao se tornar um direito assegurado pela Constituição Federal de 1988, desvinculando-se da lógica da caridade e da filantropia, a Política de Assistência Social passou a exigir a contratação de profissionais qualificados para sua efetivação. Com isso, observou-se um crescimento contínuo no número de assistentes sociais atuando na área. Embora as legislações que regulamentam o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) estabeleçam a contratação por meio de concurso público, a realidade concreta do mundo do trabalho suscita questionamentos sobre a efetividade dessa normativa. Para materializar essa indagação, foram analisadas as condições de trabalho no município de Ouro Preto. Através de dados extraídos do Portal da Transparência, informações sobre o quantitativo de assistentes sociais com vínculo efetivo em comparação àqueles com outros tipos de vínculo, além dos respectivos salários. Também foram examinadas as legislações que fundamentam cada forma de contratação, com o intuito de compreender de que maneira esses elementos podem influenciar a autonomia relativa dos profissionais. Constatou-se que, na Prefeitura em questão, há dois tipos de vínculo: o efetivo e o contrato temporário via processo seletivo. Observou-se que a maioria dos assistentes sociais se encontra sob contratos temporários. Essa forma de contratação acarreta diversas desvantagens em comparação ao vínculo efetivo, especialmente no que se refere aos direitos trabalhistas, afetando diretamente a autonomia desses profissionais. Nesse contexto, verifica-se que o trabalhador com vínculo instável se sentirá inseguro para tensionar e se posicionar criticamente em seu espaço de trabalho. Por outro lado, o contratante dispõe de condições objetivas para garantir a operacionalização da política pública, e a legitimidade para contratar por tempo que seja de seu interesse. |
Resumo em outra língua: | The category of work presents itself as an inherent dimension of the social being, undergoing transformations over time that are subordinated to the interests of the prevailing capitalist system. Before the consolidation of this system, human beings transformed nature with the purpose of satisfying their basic needs and ensuring their survival. From this relationship with nature, new materials and forms of production were developed. However, with the establishment of the capitalist mode of production, work began to be used as an instrument for obtaining surplus value, that is, the value generated by the worker that is not paid by the employer. From this perspective arises the question regarding the particularity of the work of the social worker, a professional who also belongs to the condition of a wage earner. Currently, various strategies are used to naturalize the precarization of work, hiding its real purposes, which align with the interests of capital and employers. In this scenario, the present Final Course Paper aims to analyze the precarization of labor ties of social workers engaged in the Social Assistance Policy in the municipality of Ouro Preto in 2025, as well as the impacts of this precarization on the relative autonomy of these professionals. By becoming a right guaranteed by the 1988 Federal Constitution, detaching itself from the logic of charity and philanthropy, the Social Assistance Policy started to demand the hiring of qualified professionals for its implementation. Consequently, a continuous increase in the number of social workers acting in this area was observed. Although the laws regulating the Unified Social Assistance System (SUAS) establish hiring through public competitive examinations, the concrete reality of the labor world raises questions about the effectiveness of this norm. To address this issue, the working conditions in the municipality of Ouro Preto were analyzed. Data extracted from the Transparency Portal were used, including information on the number of social workers with permanent contracts compared to those with other types of contracts, as well as their respective salaries. The laws underlying each form of hiring were also examined, aiming to understand how these elements may influence the relative autonomy of the professionals. It was found that, in the City Hall in question, there are two types of employment relationships: permanent and temporary contracts through selective processes. It was observed that most social workers are under temporary contracts. This form of hiring entails several disadvantages compared to permanent employment, especially regarding labor rights, directly affecting the autonomy of these professionals. In this context, it is evident that workers with unstable contracts tend to feel insecure about challenging and positioning themselves critically in their workplace. On the other hand, the employer has the objective conditions to guarantee the operationalization of public policy and the legitimacy to hire for periods that suit their interests. |
URI: | http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/8268 |
Licença: | Este trabalho está sob uma licença Creative Commons BY-NC-ND 4.0 (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/?ref=chooser-v1). |
Aparece nas coleções: | Serviço Social |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
MONOGRAFIA_PrecarizaçãoAutonomiaRelativa.pdf | 1,24 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens na BDTCC estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.