Percepção de crianças acerca do uso de medicamentos utilizados durante a infância e por adultos.

Abstract

A percepção e a visão de mundo orientam escolhas e moldam vivências, estando em construção durante a infância. A automedicação é uma prática muito comum, mas que apesar de proporcionar alívio imediato, pode gerar riscos futuros à saúde. Entender a percepção da criança sobre o uso de medicamentos e o meio em que está inserida durante essa fase de incompletude torna-se essencial para a conscientização sobre o uso racional de medicamentos, sendo uma ferramenta fundamental para a promoção da saúde, atuando de maneira preventiva e educativa tanto para as próprias crianças, que representam o futuro da sociedade, quanto para suas famílias. Assim, este trabalho buscou compreender a percepção infantil acerca do uso de medicamentos, tanto na infância quanto na vida adulta, por meio de atividades práticas, educativas e de conscientização, reforçando a importância da formação de cidadãos mais críticos e conscientes, capazes de transformar práticas culturais enraizadas, como a automedicação, em escolhas mais seguras e responsáveis ao longo da vida. A pesquisa foi realizada com crianças entre dois e onze anos de idade, da educação infantil e ensino fundamental, da Escola Municipal Professor Adhalmir dos Santos Maia, abordando de forma lúdica o uso de medicamentos. Foram realizadas atividades como teatro educativo, oficina pedagógica denominada “Hospital dos bichinhos”, seguida de conscientização e parte escrita, sendo a metodologia empregada de forma diferente conforme a faixa etária e perfil da turma. Os resultados indicam que as crianças possuíam percepções diversas sobre o uso de medicamentos, muitas vezes baseadas em experiências familiares, crenças populares e práticas observadas em casa, como a automedicação. Foram identificadas falas que revelavam desconhecimento sobre os riscos do uso inadequado, mas também curiosidade e abertura para aprender. As intervenções lúdico-educativas permitiram ampliar a compreensão sobre o tema, despertando reflexões sobre o uso consciente e seguro dos medicamentos. Crianças mais velhas demonstraram maior entendimento e senso de responsabilidade, sugerindo que o avanço da idade contribui tanto para o desenvolvimento cognitivo quanto para atitudes mais autônomas. Conclui-se, portanto, que a abordagem lúdico-pedagógica se mostrou eficaz para entender a percepção das crianças acerca do uso de medicamentos e promover a conscientização e comportamentos mais seguros e responsáveis quanto ao uso de medicamentos.