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Título: Efeito de uma condição de austenitização intercrítica sobre a decomposição da austenita sob resfriamento contínuo em um aço dual-phase baixo carbono.
Autor(es): Paula, Caio Eduardo de
Orientador(es): Faria, Geraldo Lúcio de
Barbosa, Gabriel Martins Chaves
Membros da banca: Faria, Geraldo Lúcio de
Barbosa, Gabriel Martins Chaves
Magalhães, Charles Henrique Xavier Morais
Palavras-chave: Aço - dual phase
Aço - tratamento térmico - austenitização Intercrítica
Transformações de fase - Física estatística
Aço - metalurgia - dilatometria
Data do documento: 2025
Referência: PAULA, Caio Eduardo de. Efeito de uma condição de austenitização intercrítica sobre a decomposição da austenita sob resfriamento contínuo em um aço dual-phase baixo carbono. 2025. 59 f. Monografia (Graduação em Engenharia Metalúrgica) - Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2025.
Resumo: A demanda por aços Dual Phase (DP) com elevada resistência mecânica, boa conformabilidade e menor peso tem impulsionado rotas termo-mecânicas capazes de modular as frações e distribuição de fases. Este trabalho avaliou, em um DP de ultra-baixo carbono, o efeito de uma austenitização intercrítica (AI) sobre a decomposição da austenita sob resfriamento contínuo, integrando simulações cinéticas, dilatometria, microscopia óptica e microdureza. Foram investigadas duas condições: austenitização completa a 870 °C e intercrítica a 760 °C (≈25% de austenita), seguidas de resfriamentos entre 3 e 100 °C/s. A condição de austenitização completa gerou austenita essencialmente homogênea e de menor teor de soluto, que se transformou por mecanismos difusionais em temperaturas mais altas; com o aumento da taxa, observou-se a transição para bainita e martensita, com início de transformação martensítica (Mi) experimental de 360 °C em 100 °C/s, muito próximo do valor simulado (352 °C). Já a austenitização intercrítica produziu uma fração de austenita mais refinada e possivelmente enriquecida em C/Mn, elevando a temperabilidade e deslocando para temperaturas menores os inícios de formação de ferrita e bainita, além de reduzir Mi; por ser uma liga com baixo teor de Si, sob resfriamentos lentos, a facilidade de precipitação de cementita ampliou a janela perlítica. Os diagramas de transformação por resfriamento contínuo (TRC) refletiram esses comportamentos e as microestruturas confirmaram as previsões: em taxas baixas (≈3 °C/s), predominaram transformações difusionais a partir da austenita; em taxas elevadas (≥50–100 °C/s), formaram-se majoritariamente martensita/austenita retida e bainita sobre uma matriz ferrítica significativa (compatível com a fração inicial ≈75% de ferrita na AI). As simulações capturaram bem a tendência na austenitização completa; para a intercrítica, diferenças residuais decorreram de simplificações do modelo (austenita tratada como homogênea/plenamente formada, desconsiderando efeitos interfaciais e gradientes locais de composição). Conclui-se que a escolha de diferentes temperaturas de austenitização combinada à taxa de resfriamento é ferramenta efetiva para modificar o diagrama de TRC deslocando as curvas de início de formação ferrítica, bainítica e martensítica, refinando a microestrutura e, por consequência, influenciando as propriedades mecânicas essenciais para sua aplicação na indústria automotiva.
Resumo em outra língua: The demand for Dual Phase (DP) steels with high mechanical strength, good formability, and reduced weight has driven thermo-mechanical routes capable of tailoring phase fractions and distributions. This study evaluated, in an ultra-low carbon DP steel, the effect of intercritical austenitizing on austenite decomposition under continuous cooling, integrating kinetic simulations, dilatometry, optical microscopy, and microhardness. Two conditions were investigated: full austenitizing at 870 °C and intercritical austenitizing at 760 °C (≈25% austenite), followed by cooling rates between 3 and 100 °C/s. Full austenitizing produced essentially homogeneous, low-solute austenite that transformed through diffusional mechanisms at higher temperatures; as the cooling rate increased, a transition to bainite and martensite was observed, with an experimental martensite start (Ms) of 360 °C at 100 °C/s, very close to the simulated value (352 °C). In contrast, intercritical austenitizing produced a finer austenite fraction, likely enriched in C/Mn, which increased hardenability and shifted the ferrite and bainite start temperatures to lower values, while reducing Ms. Due to the low Si content of the alloy, slow cooling promoted cementite precipitation, widening the pearlitic region. The continuous cooling transformation (CCT) diagrams reflected these behaviors, and the resulting microstructures confirmed the predictions: at low cooling rates (≈3 °C/s), diffusional transformations from austenite predominated; at high cooling rates (≥50–100 °C/s), martensite/retained austenite and bainite formed over a significant ferritic matrix (consistent with the initial ≈75% ferrite fraction in IA). Simulations captured the trend under full austenitizing; for the intercritical condition, residual differences arose from model simplifications (austenite treated as homogeneous/fully formed, neglecting interfacial effects and local composition gradients). It is concluded that selecting different austenitizing temperatures combined with cooling rate is an effective tool to modify the CCT diagram by shifting the start of ferrite, bainite, and martensite formation, refining the microstructure and, consequently, influencing the key mechanical properties required for automotive applications.
URI: http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/8200
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