Avaliação das precipitações deflagradoras de movimentos de massa : um estudo de caso para Petrópolis - RJ.

Abstract

Os eventos extremos de precipitação se denotam em uma problemática recorrente nos municípios brasileiros, sobretudo em Petrópolis, Rio de Janeiro, que historicamente enfrenta desafios para lidar com eventos de movimentos de massa. Nesse sentido, o presente estudo objetiva analisar as precipitações causadoras de movimentos de massa na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, no intuito de auxiliar as ferramentas de alerta de desastres naturais do município. O procedimento metodológico proposto subdividiu-se em 6 etapas: (i) revisão de literatura e caracterização da área de estudo; (ii) aquisição e análise dos dados pluviométricos; (iii) aquisição e análise dos registros de movimentos de massa; (iv) correlação entre movimento de massa e precipitação, sendo a esta etapa tomados como base o procedimento metodológico determinado Tatizana et al. (1987), e adaptado por Castro (2006), para a determinação dos valores significativos e da envoltória de movimentos de massa; e (v) atualização dos níveis de alerta. Foram selecionadas 5 estações pluviométricas pertinentes ao estudo e o levantamento de eventos foi subsidiado pelo estudo de Neves (2017), com 236 eventos selecionados, onde a série de eventos foi atualizada até 2023, com 37 eventos selecionados. Considerou-se 4 anos hidrológicos para a análise, sendo o período de 2 a 6 dias de acumulação determinado como crítico, diante dos valores significativos obtidos. Os resultados do estudo indicaram envoltórias com R² superiores a 0,99. Observou-se uma elevada diferença em relação aos níveis do índice crítico de chuvas utilizado pela Secretaria de Defesa Civil (SEDEC PETRÓPOLIS, 2024) do município. Enquanto que, para o acumulado de 3 dias, foi obtido ao nível de observação os limiares de 45,08 e 53,23mm, para o nível de referência do índice crítico de chuvas, o intervalo é de 130 a 140mm. Para além, o município também possui um monitoramento quanto ao risco geológico, conforme a SEDEC de Petrópolis (2024), onde um dos critérios para determinação de nível Alto e Muito Alto, há o limiar de 115mm para 4 dias de acumulação, sendo ao estudo obtido o limiar de 102,13mm. A realização deste estudo se evidencia relevante para a implementação por parte da Defesa Civil e a gestão municipal de Petrópolis do monitoramento de chuvas antecedentes em um número mais discretizado de dias para os eventos de movimentos de massa, que são recorrentes no município.