A influência do polimorfismo rs4344 na função hepática de pacientes hipertensos no município de Ouro Preto, Minas Gerais.

Abstract

A hipertensão arterial (HA), definida por pressão arterial igual ou superior a 140/90 mmHg, é uma doença crônica amplamente prevalente e associada a complicações que afetam diversos sistemas, como o cardiovascular, cerebral e renal. Reconhecida como um grave problema de saúde pública, a HA atinge uma parcela significativa da população mundial e contribui para o surgimento de comorbidades que comprometem a qualidade de vida. Fatores genéticos desempenham um papel relevante no desenvolvimento da HA, com variantes em genes específicos possivelmente relacionadas a alterações em outros sistemas, incluindo o hepático. Nesse contexto, investigar a relação entre a função hepática e a hipertensão é fundamental para entender os mecanismos subjacentes, propor intervenções mais eficazes e melhorar a prevenção, o diagnóstico e o manejo da doença, promovendo avanços na saúde pública. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação do polimorfismo rs4344 da enzima conversora de angiotensina (ECA) na função hepática de indivíduos hipertensos no município de Ouro Preto-MG. Para isso, o polimorfismo rs4344 foi detectado em amostras de DNA de indivíduos hipertensos por meio de PCR em Tempo Real, empregando sondas TaqMan ®. Os resultados de níveis de gama glutamil transferase (GGT), fosfatase alcalina (FAL), alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST) foram obtidos por espectrofotometria UV/Vis processadas no equipamento COBAS INTEGRA® 400 Plus (Roche) utilizando os reagentes da Cobas® Substratos (Roche). A avaliação bioquímica revelou que hipertensos portadores do alelo G apresentaram níveis significativamente mais elevados de ALT (p=0.010) e GGT (p=0.034) em comparação com o grupo controle também portadores do alelo G, enquanto os níveis de AST (p=0.198) e FAL (p=0.223) não mostraram associações significativas. Embora o rs4344 não tenha sido associado à HA, indivíduos hipertensos portadores do alelo G apresentaram níveis significativamente elevados de GGT e ALT. Os achados indicam que essa variante está associada a alterações na função hepática em pacientes hipertensos.