Estudos proteômicos de cepas de Trypanosoma cruzi com distintos perfis de susceptibilidade ao benznidazol : uma revisão narrativa.

Abstract

A doença de Chagas é considerada um grave problema de saúde pública, principalmente nas Américas, no entanto, sua presença já é constatada em diversos outros continentes. Estima-se que cerca de 6 milhões de pessoas em todo o mundo sejam diretamente afetadas por essa enfermidade, resultando em mais de 12 mil mortes anualmente devido a complicações associadas à doença. Além disso, chama a atenção o fato de que aproximadamente 70 milhões de pessoas vivem em áreas consideradas de exposição, o que as coloca em um patamar de maior risco de infecção. Embora existam fármacos disponíveis para o tratamento da doença, como o benznidazol e o nifurtimox, ambos ainda apresentam falhas terapêuticas, efeitos colaterais intensos e baixa eficácia, especialmente em pacientes que se encontram em fase crônica. Essas limitações tornam evidente a necessidade de se buscar soluções mais efetivas para enfrentar a doença de Chagas, melhorando a qualidade de vida dos afetados por essa condição de saúde. Para isso, têm sido realizados estudos mais avançados e aprofundados, com o objetivo de encontrar estratégias mais eficazes de combate à doença em suas múltiplas dimensões. A pesquisa direcionada à descoberta de novas fármacos surge como uma necessidade premente, visto que os medicamentos atualmente disponíveis não conseguem atender plenamente às demandas da doença. No entanto, para avançar nessa área, é impreterível que se estabeleçam protocolos rigorosos, permitindo a realização de estudos comparativos de forma mais sistemática e concisa. A base deste estudo reside em traçar e identificar as principais metodologias associadas a proteômica, uma abordagem promissora para o entendimento das alterações proteicas presentes na doença de Chagas. Isso envolve a análise das cepas utilizadas, o tempo de exposição aos fármacos, a linhagem celular empregada e as proteínas quantificadasna pesquisa. Através deste estudo, nota-se uma falta de padronização para estudos ainda presente em relação à doença de Chagas. O estudo em questão revelou que a diferenciação entrecepas e até mesmo a escolha de uma linhagem celular e de camundongos, quer seja conduzidain vitro ou in vivo, apresenta considerável variabilidade. No entanto, para uma compreensão mais completa, é fundamental uma exploração mais aprofundada das proteínas envolvidas. Essa investigação detalhada permitirá desvendar seus possíveis potenciais e mecanismos na complexa interação entre o parasito e o hospedeiro. Através dessa compreensão mais profunda, é possível vislumbrar novas oportunidades para abordagens terapêuticas mais eficazes no contexto da doença de Chagas.