Petrografia e geoquímica de rochas da zona mineralizada da Mina Link, Depósito Aripuanã – MT.

Abstract

O depósito de Aripuanã, localizado no Cráton Amazônico, é um depósito de sulfetos polimetálicos contendo zinco, chumbo, cobre, prata e ouro. Sua mineralização é interpretada como sendo do tipo Sulfetos Maciços Hospedados em Rochas Vulcânicas (VHMS) e está hospedado principalmente em rochas vulcanoclásticas e vulcânicas félsicas do Grupo Roosevelt (1,76 - 1,75 Ga). Este trabalho teve como objetivo aprofundar a compreensão geológica do depósito de Aripuanã, com um foco específico na análise das zonas de alteração hidrotermal e mineralizadas da mina Link. A metodologia envolveu a revisão bibliográfica e caracterização petrográfica e química de dezoito amostras de furo de sondagem, cedidas pela Nexa Resources. As rochas foram agrupadas petrologicamente em quatro zonas de alteração hidrotermal: (i) zona mais externa de alteração sericítica + sílica, composta por metatufos cineríticos sericíticos e metaritmitos, (ii) zona de alteração clorítica com biotita + sílica, representada por metatufos cloritizados e metatufos silicificados, (iii) zona de alteração carbonática, composta por mármore bandado, rocha a Talco+Carbonato+Tremolita e brecha carbonática e (iv) zona de alteração tremolítica representada pelas rochas Clorita-Tremolita-Biotita metatufo e Clorita-Carbonato-Actinolita metatufo. Quanto às mineralizações, foram identificados dois tipos principais: (i) mineralização stratabound, caracterizada por esfalerita, galena e pirita em corpos de minério disseminado, maciço e em textura brechada, e (ii) mineralização stringer, caracterizada por sulfetação associada a pirrotita, calcopirita e pirita em veios do tipo stockwork. A relação entre os elementos imóveis revelou uma forte tendência das amostras em direção ao campo das composições riolíticas. A zona stratabound contém altos teores de Pb, Zn, Sb e S e a zona stringer se destaca por conter os maiores teores de Cu. O estudo de isótopos de C e O revelou valores de 18OSMOW, entre 8,57 e 10,49 ‰ e valores de 13CPDB entre -6,04 e -1,84 ‰, corroborando a hipótese de que as rochas carbonáticas foram formadas a partir da mistura de fluidos magmáticos com a água do mar. O entendimento dos processos de formação e alteração de depósitos como o de Aripuanã é muito importante pois, além de contribuir para o enriquecimento do conhecimento científico, auxilia a prospecção mineral, direcionando a exploração para áreas com maior potencial econômico.