Índices ambientais para elementos potencialmente tóxicos em sedimentos do rio Gualaxo do Norte.

Abstract

Afetado diretamente pelo rompimento da Barragem de Fundão, ocorrido em 5 de novembro de 2015, o rio Gualaxo do Norte tornou-se alvo de muitas pesquisas e monitoramentos hidrológicos e hidrogeológicos. Além disso, trata-se de um dos principais afluentes do rio Doce, uma das mais importantes bacias da região sudeste do Brasil, grande responsável pelo abastecimento de várias cidades e povoados entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Dessa forma, a presente pesquisa realizou um estudo de índices ambientais da localidade do rio Gualaxo do Norte. Para isto foi apresentado uma contextualização geológica, hidrográfica e hidrológica da região onde foram coletadas amostras de sedimentos do leito do rio e disponibilizados pela pesquisadora Deyse Reis. O estudo se baseou em abordagens anteriores sobre índices químicos e toxicológicos. As amostras foram analisadas usando o Índice de Geoacumulação (IGEO) e o Índice de Potencial Risco Ecológico (IRE), levando em consideração as condições geológicas e ambientais da região. A análise revelou concentrações elevadas de elementos como arsênio, chumbo, cobre e manganês, especialmente nas áreas a montante do rompimento da barragem, que foram mais impactadas pelas atividades de mineração. A jusante, foram observadas altas concentrações principalmente dos elementos presentes em grandes quantidades nos rejeitos, como ferro e alumínio, na maioria dos casos. No período seco, os valores de arsênio, por exemplo, chegaram a 118,10 ppm na estação P1, enquanto no período chuvoso atingiram até 353,60 ppm, superando em mais de dez vezes os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 454/2012. A pesquisa verificou, e demonstrou, possíveis irregularidades nas concentrações de elementos químicos que possam agir como contaminantes, podendo a afetar a saúde humana ao longo da cadeia alimentar ou do próprio consumo da água.