Representações pictóricas e fotográficas dos espaços arquitetônicos de encarceramento e segregação da loucura e da histeria : uma leitura a partir da teoria de Susan Sontag e de Vilém Flusser.

Abstract

Este trabalho tem como objetivo analisar a evolução dos espaços de segregação destinados às pessoas consideradas loucas e histéricas na história ocidental, por meio de representações pictóricas e fotográficas como ferramentas de análise. Desse modo, através de uma perspectiva histórica e artística, o estudo destaca as transformações dos espaços arquitetônicos que encarceraram esses sujeitos, à luz da teoria de Michel Foucault (1978 e 1999), de Didi-Huberman (2003) e de Nise da Silveira (1987 e 2001). O trabalho também se concentra na relação entre imagem e imagem-técnica, com o objetivo de ampliar a compreensão sobre temas relacionados às representações tradicionais e à fotografia, consoante as teorias de Susan Sontag (2003 e 2004) e Vilém Flusser (1985). No último capítulo, panoramas artísticos visam analisar as relações entre os sujeitos considerados loucos e histéricos e o ambiente no qual estavam inseridos, desde os expurgos na Idade Média, passando pela ‘era das clínicas’, até a revolução Nise da Silveira no Brasil, que inicia o processo de transformação do ambiente hospitalar por meio da dinâmica do ateliê no princípio da luta antimanicomial. Para cumprir com os objetivos propostos, o trabalho compila revisões bibliográficas primárias e secundárias em paralelo a uma série de figuras, incluindo pinturas, desenhos e fotografias, possibilitando aos leitores compreenderem como a arte pode ser uma poderosa ferramenta de interpretação do espaço e das pessoas que o vivenciam, além de ocasionar importantes mudanças estruturais. Em última análise, o estudo contribui para uma compreensão mais profunda das relações entre saúde mental e o espaço arquitetônico, bem como para conceber como foram representados.