Cartografia geotécnica na área urbana da encosta oriental a serra de Ouro Preto - MG.

Abstract

Ouro Preto, situada em Minas Gerais, encontra-se em um terreno morfologicamente acidentado devido à complexidade litológica e estrutural. O Ciclo do Ouro (século XVIII) resultou na concentração de residências em áreas de alto risco geotécnico. Movimentos de massa catastróficos com perda de bens e vidas ocorrem principalmente durante períodos chuvosos. Este trabalho visa identificar áreas de risco, integrando dados geológicos, aerofotogramétricos, geotécnicos e geofísicos na região com maior incidência de acidentes. O trabalho teve início com a revisão bibliográfica de dados geológicos (Endo et al. 2019a e b, 2020), geofísicos (CODEMIG) e geotécnicos (CPRM) da área em estudo. O reconhecimento da superfície na região foi realizado por meio de aerofotogrametria com drones, e os modelos digitais de elevação (MDE) e de terreno (MDT) foram obtidos, além do ortofotomosaico. A análise dos dados geofísicos obtidos por meio de levantamentos aéreos auxiliou no mapeamento geológico da região, na caracterização e visualização das estruturas em profundidade e áreas críticas. Posteriormente, campanhas em terra foram realizadas para registrar os pontos com problemas geotécnicos, com o auxílio de dados disponíveis de magnetometria, radiometria, gravimetria e eletrorresistividade terrestres, utilizados para oferecer fundamentos para uma caracterização e setorização mais detalhadas, permitindo uma ocupação segura e podendo auxiliar nas decisões governamentais, prevenindo assim novos acidentes. A integração dos dados permitiu definir as áreas com maior risco geotécnico, entendendo também a relação das estruturas em subsuperfície.