Caracterização petrográfica das formações ferríferas bandadas do Supergrupo Itacaiúnas, Província Carajás, Cráton Amazônico.

Abstract

A Província Carajás, no estado do Pará, é reconhecida por hospedar grandes depósitos de ferro em formações ferríferas bandadas e de cobre do tipo óxido de Fe-Cu-Au (IOCG) de classe mundial. No entanto, muitos aspectos ainda permanecem em aberto em relação aos processos evolutivos e genéticos dessas mineralizações e a própria relação entre elas. Um importante aspecto dos depósitos IOCG é que alguns deles (e.g. Salobo, Grota Funda, GT-46, QT-02 e Igarapé Bahia) são hospedados por formações ferríferas bandadas (BIF) do Supergrupo Itacaiúnas. Muitas dessas BIF evoluem para zonas de alteração hidrotermal com granada, grunerita, biotita e magnetita, que hospedam o minério de cobre. Recentemente, alguns estudos apontam a importância das formações ferríferas bandadas e outros produtos exalativos para as mineralizações IOCG. Por outro lado, as BIF da Formação Carajás hospedam os principais depósitos de ferro de Carajás. No entanto, ainda pouco se conhece a respeito das principais diferenças dessas BIF em termos descritivos e genéticos. Neste trabalho, a caracterização macro e microscópica das BIF sugere que a assembleia mineral e estruturas primárias das BIF são similares nas unidades litoestratigráficas, mesmo que eventos hidrotermais posteriores modifiquem de forma heterogênea tais características. O metassomatismo ocorre de forma mais intensa em regiões proximais a zonas de cisalhamento regionais, sendo que evidências de deformação (dobras e falhas) são constantemente reconhecidas nessas rochas. No entanto, o ambiente de precipitação destas importantes formações ferríferas permanecem em aberto devido à complexidade litoestratigráfica. Porém, a assinatura geoquímica indica um contexto híbrido para a formação das BIF da Província Carajás. Logo, a caracterização petrográfica e textural de detalhe das distintas formações ferríferas bandadas do Supergrupo Itacaiúnas permitiram entender a semelhança das paragêneses minerais, intensidade do metassomatismo e características estruturais predominantes nas BIF, assim como a influência de eventos hidrotermais como a carbonatação que é mais comum em sequências ferríferas de alto teor.