Confronto Rússia e Ucrânia no Jornal Nacional : a proeminência do Ocidente em uma cobertura de guerra telejornalística.

Abstract

Esta monografia tem como propósito analisar a cobertura televisiva do conflito entre Rússia e Ucrânia, realizada em 2022 pelo Jornal Nacional (JN), que se destaca como o principal telejornal da Rede Globo. O enfoque central recai sobre a maneira pela qual o referido veículo elabora narrativas que tendem a favorecer uma perspectiva sobre valores ocidentais. O conflito em questão é amplamente reconhecido como um dos mais complexos e significativos do século XXI, exercendo um impacto no cenário geopolítico internacional. O escopo da pesquisa abarca a busca por uma compreensão abrangente dos múltiplos aspectos subjacentes ao conflito, ultrapassando a análise superficial da invasão russa à Ucrânia. O estudo reconhece a relevância crítica desempenhada por ambas as partes na construção das narrativas desde os estágios iniciais do embate. Essas narrativas englobam considerações de cunho geopolítico até demandas por autonomia, questões territoriais e o choque entre diferentes sistemas de valores e culturas. O cerne da investigação concentra-se na abordagem adotada pelo Jornal Nacional ao relatar o conflito; com o intuito de identificar de que maneira esse telejornal molda e promove valores alinhados com a perspectiva do Ocidente, influenciando a percepção dos telespectadores. Para atingir esse objetivo, a análise visa obter uma compreensão acerca da forma como os meios de comunicação contribuem para a construção e a hierarquização de narrativas privilegiadas no contexto geopolítico. No que tange à metodologia empregada, o estudo abraça uma observação sobre as fontes do jornal, como pilar central das matérias jornalísticas, aliada à elaboração de tabelas que são utilizadas para examinar as reportagens e promover um recorte. A finalidade reside em discernir a exposição midiática de figuras-chave para o jornal e seus respectivos posicionamentos. Conclui-se que a cobertura midiática do JN desempenha um papel narrativo que valoriza determinadas perspectivas moldadas pela ideologia hegemônica ocidental no complexo contexto político internacional, antagonizando Ucrânia e Rússia, colocando essa última como polo oposto aos interesses ocidentais, assemelhados a valores globais.