Cartografia de uma cidade pequena no Vale do Rio Doce : São Sebastião do Maranhão

Abstract

Esta pesquisa busca construir colaborativamente a historiografia urbana de uma pequena cidade no Vale do Rio Doce através dos testemunhos e histórias da diversidade de grupos sociais urbanos. Argumentamos que a observação do cotidiano pode ajudar a democratizar a história de alguns povos. Sabemos que as cidades são compostas por espaços heterogêneos, co-vividos e produzidos por diversas redes de atores sociais de múltiplos sujeitos, saberes e poderes. Buscaremos conectar e tensionar o discurso hegemônico e macropolítico sobre a formação de São Sebastião do Maranhão e a evolução da cidade com as narrativas micropolíticas de seus habitantes. Para problematizar o discurso totalitário na busca de produzir discursos históricos mais democráticos e pluralistas, estudaremos a cidade para além dos produtos das ações excludentes dos agentes hegemônicos. Usaremos a cartografia como método para a produção do estudo. Quanto ao referencial teórico recortado para subsidiar e fundamentar as discussões que se almeja, foram mobilizados os conceitos de multiplicidade, subjetividades, saberes, poderes, macro e micropolítica desenvolvidos por Michel Foucault; os estudos acerca da decolonidade trabalhados a partir do pensamento das noções da cartografia desenvolvidas por Gilles Deleuze e Félix Guattari seguidas pelas problematizações de Virgínia Kastrupp acerca deste mesmo tema. O pensamento de Henri Acselrad sobre cartografia social também será mobilizado para este estudo. Numa perspectiva decolonial interessa abordar questões de gênero, classe e raça na composição e manutenção das relações entre as pessoas e da conformação urbana da cidade.