Aterro experimental como ferramenta de estudo para disposição de rejeitos filtrados na forma de pilhas.

Abstract

A produção mineral gera um número significativo de rejeitos originários do processo de lavra e de beneficiamento e, com isso, a disposição de rejeitos atualmente é um dos maiores desafios encontrados pela mineração. Os eventos ocorridos com as barragens de Fundão e Brumadinho nos últimos anos colocaram em dúvida a aplicabilidade das barragens como método de contenção de rejeitos. Diante disso, a disposição de rejeito com maiores teores de sólidos tem se apresentado como uma boa opção. Logo, a técnica de disposição de rejeitos filtrados em pilhas pode se tornar uma boa alternativa, já que, a partir desse processo, o material a ser depositado possui um baixo teor de umidade. Porém, a caracterização do comportamento do rejeito deve ser avaliada. Neste sentido, a realização do aterro experimental se faz importante para definir diretrizes de execução e obter parâmetros de resultados de ensaios geotécnicos que possibilitem a disposição de rejeitos em estruturas de pilhas e que permitem orientar o projeto, como também no entendimento da forma de se aplicar e controlar o mesmo. Sendo assim, o presente trabalho é baseado na verificação da viabilidade geotécnica aplicada à disposição de rejeitos filtrados na forma de pilha. Para isso foi realizado o aterro experimental, cujo objetivo é o de obter parâmetros de controle do rejeito, além de definir diretrizes para execução de uma futura pilha. Neste estudo, foram realizadas pistas experimentais levando em consideração equipamentos de compactação e número de passadas como variáveis. A partir dos resultados obtidos, pode-se observar que, para adensamento das camadas de rejeito com uso do trator de esteiras, para atingir o índice de vazios especificado em projeto a quantidade mínima de energia a ser aplicada deverá ser de 6 passadas. Enquanto com o uso do caminhão báscula, a quantidade de passadas deverá ser no mínimo 4, não podendo ultrapassar 7 passadas. Os resultados indicaram o uso de camadas com espessura limitada a 25 cm compactada.