Interfaces entre estratégia como prátca social e racionalidade no âmbito de pequenas organizações atuantes em Mariana - MG.

Abstract

A estratégia se apresenta com múltiplos conceitos na literatura, se aplicando a diversos contextos e ambiente. Todavia, a estratégia como prática social apresenta uma perspectiva dessa como ações que ocorrem no cotidiano organizacional, trazendo como protagonista do processo estratégico, o gestor e suas relações sociais dentro das organizações. Diante desse protagonismo, tem-se o interesse pela questão da racionalidade do estrategista no processo de promoção da estratégia. A partir disso, o presente estudo pretende desvelar as interfaces entre estratégia como prática social e racionalidade no âmbito de micro e pequenas organizações atuantes em Mariana-MG. Para tal, elaborou-se uma pesquisa qualitativa descritiva respaldada na realização de entrevistas semiestruturadas com 15 gestores de organizações que atuam no setor de comércio varejista de calçados e vestuários. A aplicação deste roteiro concentrou-se na investigação da estratégia como prática social, envolvendo uma análise das atividades rotineiras e como estas são desenvolvidas, além de identificar as relações sociais nesses processos e o protagonismo do estrategista e sua racionalidade. Após a obtenção dos dados coletados, efetuou-se uma análise de conteúdo, a qual permitiu chegar em resultados que demonstraram que a estratégia se encontra diluída nas atividades organizacionais e nas interações sociais. Assim, essa diluição evidencia que no âmbito da estratégia como prática social o estrategista, gestor das organizações, executa estratégias empregando de forma predominante sua racionalidade instrumental. A ausência de formalização da estratégia nas organizações investigadas faz com que as ações sejam produtos de um saber fazer, bem mais destacado que um saber pensar. Portanto, conclui-se que a partir da supremacia da racionalidade instrumental na concepção da estratégia como prática social, o sujeito estrategista maximiza o caráter funcional da estratégia em detrimento do seu papel de direcionamento do futuro das organizações.