Associação das concentrações plasmáticas de adiponectina de alto peso molecular (HMW) com medidas antropométricas e fatores de risco cardiometabólicos em jovens obesos.

Abstract

A obesidade leva ao desequilíbrio da liberação de adipocinas pelo tecido adiposo, em destaque a adiponectina (ADP) que é anti-inflamatória e cardioprotetora. A ADP se mostra mais bioativa na isoforma de alto peso molecular – High Molecular Weight (HMW). O objetivo deste trabalho foi avaliar a associação entre as concentrações de adiponectina HMW com medidas antropométricas e fatores de risco cardiometabólicos. Para isso, foi realizado um estudo transversal no ano de 2018, onde foram selecionados 105 jovens obesos com idade entre 15 e 29 anos recrutados do Instituto Mineiro de Estudo e Pesquisa em Nefrologia (IMEPEN). Realizou-se os exames físicos para coleta dos parâmetros antropométricos (peso, altura, circunferência da cintura, do quadril e do pescoço/cervical). A composição corporal foi avaliada com a utilização da bioimpedância (BIA) e da ultrassonografia (USG) para mensurar a gordura visceral e subcutânea. Além disso, foi avaliado o espessamento da artéria carótida direita e esquerda por USG. Foram coletadas 10 mL de sangue venoso para as dosagens plasmáticas de HMW por ELISA. A comparação de medidas antropométricas e bioquímicas com as dosagens da isoforma HMW e análise de correlação foram feitas no GraphPad PRIMS® software versão 8.0. Este estudo foi aprovado pelo CEP sob número CAAE-80290617.7.0000.5147/2.475.428. Para os índices antropométricos, composição corporal e bioquímicos, a isoforma HMW obteve uma correlação negativa com IMC, circunferência cervical, razão cintura/quadril, tecido subcutâneo, insulina e hemoglobina glicada (p<0,05). Não houve associação entre HMW isoforma e espessura de carótida (P>0,05). Portanto, a adiponectina HMW é um potencial biomarcador associado a medidas antropométricas e parâmetros de resistência à insulina em obesos jovens.