Eficiência social, responsabilidade financeira e desenvolvimento humano em Minas Gerais.

Abstract

Diversos indicadores sobre desenvolvimento e capacidades humanas foram introduzidos nas últimas décadas. Entretanto, estes indicadores não consideram a eficiência na utilização dos recursos financeiros e da riqueza para gerar desenvolvimento humano local. Esta é uma lacuna importante na literatura, pois muitas regiões enfrentam diferentes restrições financeiras no desenvolvimento de políticas sociais. Este trabalho avança na utilização do método Data Envelopment Analysis (DEA) à luz da Teoria das Capacidades, com o intuito de mensurar indicadores absolutos e a eficiência social para os municípios de Minas Gerais (MG). Neste sentido, o objetivo deste trabalho é mensurar indicadores absolutos e relativos para avaliar a conversão da riqueza e gastos sociais em desenvolvimento humano em Minas Gerais. Além disso, este estudo utiliza a Regressão Beta Inflacionada (BEINF), a fim de compreender os determinantes da eficiência social para a região analisada. Os resultados DEA demonstraram que há diferença entre o indicador absoluto (Índice de Desenvolvimento Humano) tradicional e os indicadores relativos calculados. As regiões ricas tendem apresentar melhor indicador absoluto de desenvolvimento humano, mas pior eficiência social. Por outro lado, regiões relativamente mais pobres de Minas Gerais (i.e., região norte do estado) apresentam maior privação social, mas fazem bom uso dos recursos públicos para promover o desenvolvimento humano. A regressão Beta reforça que os municípios com maiores níveis de privação social tendem a apresentar maior eficiência, em média. Neste sentido, os resultados deste trabalho corroboram para a melhor alocação dos recursos públicos, a fim de gerar maior desenvolvimento social e econômico para Minas Gerais.