Influência de defeitos superficiais na resistência ao desgaste abrasivo de vidro sodo-cálcico.

Abstract

Materiais com características frágeis são empregados em diversos setores da indústria, construção civil e informática. As propriedades mecânicas, comportamento mecânico e tribológico desses materiais são diretamente influenciados pelos defeitos superficiais e internos, pois esses defeitos diminuem a tensão necessária para propagar uma trinca e levar a uma falha frágil do componente. Assim, desenvolver metodologias para estudar o efeito de defeitos no comportamento tribologico se mostra importante. Neste trabalho, as falhas superficiais foram introduzidas por meio de lixamento e avaliado a resistência ao desgaste microabrasivo. Para os testes foram utilizadas esferas de nylon e de aço AISI 52100, lama abrasiva de sílica com concentração de 10% em água destilada e força normal de 1,5 N. As amostras foram submetidas a lixamentos com lixas d’água os mesh #220, #320 e #600. Como amostra padrão foi empregada a amostra lisa. A amostra lisa apresentou a maior taxa de desgaste para esfera de aço. Ao empregar a esfera de aço, as amostras lixadas apresentaram um menor valor de coeficiente de desgasta e também não houve diferença entre uma lixa e outra. A esfera de nylon causou uma taxa de desgaste semelhante em todas as amostras, independente do tratamento superficial. O mecanismo de desgaste predominante para as duas esferas foi o microcorte. Com a esfera de aço pode ser visto em algumas amostras a formação de zonas mistas com rolamento de partícula abrasiva, mas ao empregar a esfera de nylon foi observado apenas o riscamento puro, provavelmente, porque as partículas aderiram a superfície da esfera. Por fim, os defeitos superficiais introduzidos nas amostras não foram suficientes para observar o micromecanismo frágil de abrasão, assim, uma nova metodologia deve ser criada.