Mapeamento de inseguranças em Ouro Preto : um jogo.

Abstract

Os dados sobre violência, os crescentes relatos de situações de medo e insegurança nas ruas refletem como a relação dos usuários tem sido cada vez mais de afastamento dos espaços públicos e de um maior recolhimento nos espaços privados e privatizados. As mulheres enquanto usuárias dos espaços públicos são, assim como em vários outros âmbitos, segregadas desses espaços e, historicamente, limitadas aos ambientes privados e do lar, criando desconforto, sensação de insegurança e de não pertencimento ao espaço urbano. A necessidade de romper com as barreiras históricas segregacionistas e de produção do espaço urbano de forma limitada a certos grupos deve ser pensada através do diálogo e de espaços para discussões para se promover uma cidade segura para todos. Nesse sentido, compreende-se a necessidade e a importância de se discutir o papel dos jogos enquanto interfaces capazes de promover e possibilitar reflexões sobre as questões de segurança pública relacionadas ao planejamento urbano, de formas lúdicas, inclusivas e participativas. A potencialidade do jogo se concentra em torno de sua existência enquanto objeto pedagógico, que possibilita caminhos e fonte de informação e reflexão a diversos estudos e consultas. Este trabalho pretende colaborar para esse entendimento e experiência dos jogos enquanto instrumentos educativos e participativos, dentro do recorte de gênero e espacial, tratando e discutindo, a partir de uma experiência de jogo, sobre a realidade das mulheres que vivenciam seu dia a dia em Ouro Preto e a forma como lidam com as sensações e situações de insegurança nesse contexto urbano.