Formulações de liberação modificada para o tratamento do tabagismo disponíveis no Sistema Único de Saúde.

Abstract

O tabagismo no Brasil é um problema de saúde pública, pois é considerado um fator de risco para vários tipos de câncer, doenças crônicas respiratórias e cardíacas. Logo, o tabagismo é uma doença crônica, com impacto no desenvolvimento econômico e social do país. Dessa forma foi criado em 1989 o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) para diminuir a prevalência de fumantes e de doenças associadas ao uso de tabaco por diversas ações, havendo um tratamento indicado no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo e aprovado pela Portaria Conjunta SCTIE/SAES/MS nº 10, de 16 de abril de 2020 ofertado pelo Sistema único de Saúde (SUS). O objetivo desse trabalho foi elaborar uma revisão de literatura sobre as formulações de liberação modificada indicadas no tratamento do tabagismo fornecido pelo SUS, incluindo o comprimido revestido de liberação lenta de bupropiona e o adesivo transdérmico de nicotina. Para elaborar essa revisão bibliográfica narrativa foram realizadas buscas utilizando os termos: “Adesivo transdermico de Nicotina”, “Cloridrato de Bupropiona”, “Tabagismo” e “Tratamento”, nas bases de dados eletrônicos Portal Periódicos CAPES, PubMed e SciELO. De modo complementar, dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária também foram usados. Constatou-se que o cloridrato de bupropiona é um medicamento produzido no Brasil por várias indústrias farmacêuticas, com registro nas classes regulatórias genérico, similar e referência. Todas as formulações disponíveis possuem a hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) como um polímero de matriz hidrofílica, assegurando a liberação lenta do fármaco, conforme a sua indicação antitabagista. O adesivo transdermico de nicotina é um adjuvante no tratamento do tabagismo, porém é um medicamento importado, e as formulações utilizam tecnologias avançadas, de modo a assegurar um perfil plasmático que mantém as concentrações de nicotina em níveis baixos, detectadas por períodos de várias horas. A associação do adesivo com o medicamento oral antitabágico (bupropiona) assegura uma maior probabilidade de abandono do fumo. A disponibilidade destes medicamentos no SUS é de extrema importância para o tratamento do tabagismo no Brasil, também prevenindo a incidência de doenças associadas direta ou indiretamente ao habito de fumar, o que enfatiza a importância do PNCT no cenário nacional.