Aspectos morfológicos e texturais de diamantes das regiões de Diamantina e Coromandel (MG).

Abstract

As morfologias e texturas de superfície do diamante refletem diretamente as condições de crescimento e o processo de reabsorção que ocorrem durante o seu tempo de residência no manto da Terra. O estudo desses parâmetros pode fornecer insights para reconstruir os diferentes estágios da história de formaçãodo diamante, desde seu contato com o líquido magmático até o seu transporte para formação de depósitos secundários. Nas regiões de Diamantina e Coromandel (MG) os diamantes estão associados à Província da Serra do Espinhaço e Província Ígnea do Alto Paranaíba (PIAP), respectivamente. Em ambas as regiões as extrações de diamantes são, até o momento, realizadas em fontes secundárias e a fonte primária desse mineral ainda é bastante controversa. O objetivo do trabalho proposto é a caracterização de 60 micro diamantes provenientes da região de Coromandel e Diamantina concedidos pelo Museu de Mineralogia da Escola de Minas, através do registro das diferentes morfologias dos grãos associadas às microtexturas de superfície. As análises morfológicas e texturais desses grãos, permitiram identificar que as amostras de Diamantina são predominantemente incolores a esverdeados contendo em sua superfície spots verdes, marrons e os dois tipos no mesmo grão. Quanto a morfologia a maior parte dos grãos são octaedros e dodecaedros arredondados. As análises texturais permitiram identificar figuras de superfície como as placas triangulares, hexágonos, trígonos, lâminas em escudo, tetrágonos, hillocks, terraces, linhas de deformação, frosting, brilho glossy, superfície de abrasão, ruts, marcas de percussão e padrões em rede. Nas amostras de Coromandel, os grãos são em sua maioria incolores e amarelados, o hábito predominante são dodecaedros arredondados e octaedros, sendo observadas texturas como terraces, brilho glossy, ruts, padrões em rede e marcas de percussão, além dessas foram observadas com menor frequência as placas triangulares, linhas de deformação, trígonos, tetrágonos, hillocks, esculturas de corrosão e superfície de abrasão. Diferenças na distribuição das texturas superficiais nos diamantes das duas regiões foram observadas e registradas. Em Coromandel as figuras como placas triangulares, linhas de deformação, tetrágonos, terraces, brilho glossy, marcas de percussão e padrões em rede apareceram mais vezes nos grãos quando comparados com as amostras de Diamantina. Nesta última, os trígonos, hexágonos, laminação em escudo, hillocks e superfície de abrasão aparecem em maior quantidade em relação aos grãos analisados de Coromandel. As informações obtidas no presente trabalho permitiram a criação de um banco de dados que contribuirá para futuros estudos sobre o tema.