Competitividade do setor automobilístico brasileiro no intercâmbio bilateral com o México : uma análise de comércio exterior de 2012 a 2020.

Abstract

A indústria automobilística consolidou-se ao longo da história como um dos setores mais importantes da economia tanto do Brasil como do México. O encadeamento da linha de produção, característico desse segmento industrial, que demanda insumos de outros subsetores necessários para a fabricação de veículos automotores como o aço e seus derivados, máquinas e equipamentos, produtos de borracha e plástico, semicondutores e outros componentes, faz com que a indústria automobilística influencie de modo direto no desempenho dos outros setores dessa indústria. Além disso, por demandar altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), é um dos principais difusores de tecnologia e inovação dando uma importante contribuição para o desenvolvimento econômico dos países em que essas empresas estão inseridas. Nesse sentido, o objetivo geral dessa pesquisa é fazer uma análise do setor automobilístico brasileiro no período de 2012 a 2020. Para alcançar o objetivo proposto, fez-se necessário o uso de instrumentos como a Balança Comercial e o índice da Taxa de Cobertura para observar a evolução da competitividade no intercâmbio comercial de veículos entre o Brasil e o México e um modelo de regressão linear para analisar os fatores que impactam na demanda automotiva do Brasil. Além disso, será feito um levantamento histórico na literatura especializada para descrever o desenvolvimento do setor automobilístico brasileiro e mexicano de acordo com as políticas de incentivo implementadas em diferentes governos e os distintos contextos econômicos. Pelos resultados verificou-se que a Balança Comercial brasileira apresenta déficits a partir de 2007 em relação ao México, com resultados negativos mais expressivos entre 2011 e 2014, e superavitária apenas em 2020. O indicador da Taxa de Cobertura abaixo de 1 confirma que o Brasil importou mais veículos do que exportou para o México. Em relação aos fatores que influenciam a demanda de automóveis as variáveis prazo de financiamento e leasing mostram que as vendas de veículos aumentam 1,84% e 0,20%, em média, respectivamente, enquanto a variável renda não foi significativa, embora apresente o sinal positivo esperado. Já o aumento de 1% nas variáveis juros, câmbio e na alíquota de IPI reduz, em média, as vendas de automóveis em 1,49%, 0,31% e 0,19%, respectivamente. Portanto, o comércio internacional entre as duas principais economias emergentes da América Latina se mostrou mais competitivo para o setor automobilístico do México do que para o do Brasil.