Avaliação do volume plaquetário médio em indivíduos com Diabetes mellitus tipo 2 atendidos pelo Laboratório Piloto de Análises Clínicas (LAPAC).

Abstract

A Diabetes mellitus (DM) tipo 2 é um importante problema de saúde pública mundial, e a principal forma de tratamento da doença é por meio do controle do quadro de hiperglicemia crônica que o paciente apresenta. Quando não controlado, esse aumento de glicose no sangue pode trazer inúmeros riscos para saúde do paciente e promover o desenvolvimento de complicações hemostáticas, colocando o paciente em grande risco de desenvolver eventos tromboembólicos. O volume plaquetário médio (MPV) é um marcador hematológico que nos dá uma visão em relação ao tamanho das plaquetas presentes na circulação sanguínea. Sabe-se que as plaquetas maiores são mais reativas e mais propensas à ativação e a formação de trombos. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi realizar um estudo de caso-controle sobre variações quantitativas e morfológicas das plaquetas em pacientes diabéticos atendidos pelo LAPAC. Para isso, foram coletados os dados de 112 pacientes, sendo esses divididos em dois grupos: pacientes portadores de DM tipo 2, e pacientes não diabéticos (grupo controle). Os dados de glicemia de jejum, hemoglobina glicada, número de plaquetas, MPV, idade, sexo e medicamentos utilizados foram coletados, tabelados e empregados durante a análise estatística empregando o software BioEstat versão 5.0. Foi observado após as análises que o número de plaquetas não foi diferente entre os grupos, independente do sexo, idade, uso de medicamentos, glicemia de jejum e hemoglobina glicada. O MPV se mostrou aumentado nos paciente cuja hemoglobina glicada ou glicemia de jejum estavam fora dos valores de referência. Pacientes com idade acima de 45 anos e com valores de hemoglobina glicada alterados também apresentaram um valor de MPV maior, assim como os pacientes diabéticos que não fazem uso de hipoglicemiantes orais. Já o sexo não se mostrou como um fator de influência nos valores do MPV. Diante desses resultados podemos dizer que o MPV está diretamente ligado ao controle da glicemia do paciente e que futuramente poderá ser usado como um marcador relevante no acompanhamento de possíveis complicações de pacientes com diabetes tipo 2.