Caracterização química do extrato metanólico do limnoperna fortunei – Mexilhão Dourado.

Abstract

O Limnoperna fortunei – mexilhão dourado é um bivalve nativo do sudeste asiático e foi detectado pela primeira vez na América do Sul no ano de 1991 no rio da Prata e nos anos seguintes foi localizado em diversas outras partes do continente. Considerando a escassez de estudos dessa espécie no que diz respeito a dados que auxiliem o avanço do conhecimento acerca da biotecnologia e da bioprospecção, base fundamental inclusive para a explotação desse tipo de recurso, este estudo tem como objetivo obter e caracterizar quimicamente o extrato metanólico do molusco visando identificar compostos que possam contribuir com possíveis ações antibacteriana, antifúngico, anti-incrustante e farmacológicas. Nesse âmbito, para a realização do trabalho foi feito a coleta de espécimes de mexilhões vivos na estação ambiental de hidrobiologia e piscicultura do reservatório da Hidroelétrica de Volta Grande localizada na divisa de Minas Gerais com o estado de São Paulo, no município de Conceição das Alagoas. A segunda etapa consistiu na obtenção do extrato bruto utilizando dois diferentes métodos de extração, maceração e Soxhlet. Para a obtenção dos resultados foi utilizado o equipamento de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas onde foi possível identificar 98 compostos no total, desses, 74 compostos no material extraído pelo método de Soxhlet e 72 pelo método de maceração, sendo, 48 compostos presentes em ambas as amostras. Desse total de 98 compostos, foi caracterizado 2 aminas, 7 aldeídos, 9 ácidos carboxílicos, 9 álcoois, 9 haletos orgânicos, 9 hidrocarbonetos, 18 fenóis e 35 ésteres. Os resultados alcançados com esses métodos são um primeiro passo de grande valia para nossa linha de pesquisa que num segundo momento investigará as funções biológicas das moléculas identificadas visando o conhecimento desse invasor e podendo contribuir para seu monitoramento e possíveis utilizações em campos diversos.