Caracterização petrográfica dos diques e quartzo-sericita milonitos do depósito aurífero de Córrego do Sítio - Quadrilátero Ferrífero, MG.

Abstract

O depósito de ouro orogênico Arqueano de Córrego do Sítio localiza-se na borda leste do Quadrilátero Ferrífero ao longo do Lineamento Córrego do Sítio. Ao longo deste lineamento, de 16 km de extensão e direção NE-SW, encontram-se as minas Rosalino, Cachorro Bravo, Laranjeiras e Carvoaria. O depósito é hospedado por rochas da Unidade Córrego do Sítio e Unidade Santa Quitéria pertencentes ao Supergrupo Rio das Velhas que compreendem sequências de rochas ressedimentadas e sequências clástico-químicas, respectivamente. A Unidade Córrego do Sítio é composta pela alternância de metagrauvacas e filitos, as rochas mais comumente encontradas na área, compondo uma sequência turbidítica. A mineralização aurífera no depósito Córrego do Sítio parece ocorrer em (i) disseminações ao longo dos planos da foliação principal das hospedeiras ou como (ii) disseminações em veios de quartzo, além de (iii) ouro livre em alguns casos. Todas as rochas do depósito são afetadas por alteração hidrotermal que ocorre desde zonas pouco deformadas, afastada da zona mineralizada, até zonas fortemente deformadas e mineralizadas. Quatro famílias de intrusões ígneas (DB1, DB2, DB3 e DB4), geralmente como diques, cortam as sequências metassedimentares das Unidades Córrego do Sítio e Santa Quitéria. A colocação dos diques DB3 cria no contato com as encaixantes zonas ricas em quartzo e sericita, que exibem uma forte foliação milonítica. Essas zonas parecem representar um outro importante estilo de mineralização aurífera no depósito, diferente dos três apresentados acima. Desta forma, este estudo consiste no estudo petrográfico, macroscópico e microscópico, das rochas encaixantes, diques e das zonas mineralizadas através de amostras coletadas em testemunhos de sondagem da mina Laranjeiras. Nos contatos com as rochas encaixantes os halos de alteração hidrotermal se intensificam e apresentam quantidades elevadas de carbonato, sericita e quartzo hidrotermais. Estas zonas permitiram a percolação de fluidos e a precipitação de sulfetos e ouro. Por outro lado, a presença dos diques que, por vezes, se associam às zonas de sericita-quartzo milonitos podem representar barreiras físico-químicas para os fluidos. Neste caso, eles facilitam a precipitação de sulfetos e ouro. Além disso, uma relação temporal entre os diques e a mineralização pode ser estabelecida como uma ocorrência de forma simultânea. Em um estágio onde ainda havia fluidos hidrotermais circulantes a alteração foi produzida nos quartzo-sericita milonitos e nas rochas hospedeiras do depósito.