Efeito do consumo crônico de óleo de coco sobre parâmetros bioquímicos e do status redox em ratas saudáveis.

Abstract

Os lipídeos constituem uma importante reserva energética, sendo a fonte mais concentrada de energia do organismo. Porém, o consumo exagerado dos lipídeos, principalmente os ácidos graxos saturados, pode ter efeitos negativos no organismo e levar ao desenvolvimento da obesidade. Desse modo, as propriedades da dieta e sua composição são importantes na definição do estado de saúde. O óleo de coco é constituído em sua maioria por ácidos graxos saturados, dentre eles, os principais são o ácido láurico (45,78%), o ácido mirístico (18,56%) e o ácido palmítico (8,85%). Este óleo vegetal apresenta inúmeras propriedades favoráveis ao consumo, porém é rico em ácidos graxos saturados que estão associados à elevação do colesterol sanguíneo. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito do consumo crônico de óleo de coco na modulação de parâmetros metabólicos e do status redox em ratas saudáveis da linhagem Fisher. Para isto, foram utilizadas 17 ratas albinas saudáveis da linhagem Fisher, com peso médio de 215g. Os animais foram distribuídos em dois grupos experimentais, a saber: grupo controle (C, N= 8), o qual recebeu apenas água, e grupo óleo de coco (OC, N= 9). A água e o óleo de coco foram administrados por gavagem (1mL/250g de massa corpórea) e o delineamento experimental teve duração de 90 dias. Após este tempo, os animais foram eutanasiados para coleta de sangue e fígado que posteriormente foram utilizados para análise dos parâmetros glicometabólicos, perfil lipídico sérico, perfil lipídico hepático e análise do status redox. O plasma, o soro e o fígado foram armazenados em freezer com temperatura de -80ºC. A ingestão crônica de óleo de coco induziu alterações nos parâmetros glicometabólicos, em que houve aumento do índice HOMA-IR, alteração no metabolismo lipídico sérico com o aumento da fração aterogênica e um aumento da concentração de triglicerídeos, além de levar a alteração no perfil lipídico hepático, o que contribuiu para uma redução da concentração de colesterol total hepático. Em relação ao status redox houve aumento do dano oxidativo hepático, observado por meio do aumento nos níveis de TBARS. De acordo com os resultados obtidos nesse estudo, sugere-se que o consumo de óleo de coco rico em ácidos graxos saturados deve ser realizado com moderação, já que induziu resistência à insulina, provocou alterações no perfil lipídico sérico e hepático, além de levar ao dano hepático, o que pode comprometer a homeostase metabólica em ratas saudáveis.