Associação dos níveis de quemerina com fatores de risco cardiovascular em mulheres nas áreas distritais de Ouro Preto, Minas Gerais.

Abstract

Introdução: O aumento da prevalência da doença cardiovascular juntamente com seus fatores de risco, como a obesidade, o sobrepeso e o DMT2 constituem um desafio aos sistemas de saúde, tornando-se cada vez mais relevante. A quemerina, uma nova adipocina, é uma proteína quimioatrativa, que tem um papel importante na diferenciação dos adipócitos e no metabolismo da glicose. Sugere-se que esssa adipocina possa ser um provável preditor de risco cardiovascular. Objetivo: O presente trabalho avaliou a associação entre níveis séricos de quemerina e a ocorrência de fatores de risco cardiovascular em uma população feminina de áreas distritais de Ouro Preto, Minas Gerais. Materiais e métodos: Estudo transversal foi conduzido em uma amostra de mulheres adultas, de 18 a 91 anos, moradoras das áreas distritais de Lavras Novas/Chapada e Santo Antônio do Salto, no município de Ouro Preto/MG. Foram obtidas variáveis sociodemográficas, comportamentais, clínicas, antropométricas e bioquímicas. Resultados: No estudo foram avaliadas 329 mulheres, com a idade média de 49,2 anos. No estudo observou-se que mais de 50% das mulheres não possuíam ensino fundamental completo ou não eram alfabetizadas e somente uma pequena parcela (4,9%) havia concluído o ensino superior. A população feminina apresentou uma prevalência de obesidade (28,9%) e sobrepeso (31,9%) elevadas. A prevalência de diabetes mellitus tipo 2 foi de 10,9% e resistência à insulina de 18,5%. Mais de 50% da amostra apresentou valores alterados para a circunferência da cintura, razão da circunferência quadril e a razão circunferência estatura. As mulheres diabéticas, obesas ou com sobrepeso tinham os níveis de quemerina mais elevados. Aquelas que tinham a circunferência da cintura e a razão cintura quadril alterados, mostraram associação com os níveis de quemerina elevados. De acordo com a classificação dos níveis de quemerina em quartis, o IMC, a circunferência da cintura e do pescoço, bem como a razão cintura estatura também se mostraram alterados. Conclusão: O estudo sugere importância em conhecer melhor a relação da quemerina como um preditor de RCV e reafirma que ainda há a necessidade na melhoria das políticas públicas de prevenção e tratamento do SB, OB e DMT2 principalmente nas mulheres.