Possíveis contribuições do exercício físico no tratamento da depressão em adolescentes : uma revisão sistemática.

Abstract

A depressão é classificada como um transtorno de humor e suas principais características podem resultar em um estado de melancolia, de acordo com a organização mundial da saúde. É notório a ocorrência de um aumento exacerbado no número de adolescentes diagnosticados com depressão. Esse fato está associado ao advento da puberdade, onde ocorrem transformações físicas, hormonais e emocionais nesses indivíduos (Scavacini et al., 2021). Bioquimicamente, a depressão é causada por um defeito nos neurotransmissores responsáveis pela produção de hormônios como a serotonina e endorfina, que proporcionam sensações de conforto, prazer e bem-estar. Uma alternativa para o tratamento não medicamentoso da depressão é o exercício físico, que modula esses neurotransmissores cerebrais bem como a dinâmica do sistema endócrino. A prática de exercícios físicos estimula a liberação e recaptação dos neurotransmissores, proporcionando alívio do estresse e da tensão, resultando no aumento da sensação de bem-estar. Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo identificar os benefícios do exercício físico no tratamento da depressão em adolescentes. Trata-se de uma revisão sistemática realizada através de pesquisas nas bases de dados PubMed e Google acadêmico. Foram considerados elegíveis de acordo com os critérios de inclusão adotados 11 artigos científicos. Constatou-se que foi possível identificar efeitos positivos do exercício físico sobre o quadro depressivo em adolescentes. Aproximadamente 53% dos estudos avaliaram os efeitos do exercício aeróbio sobre a depressão e o restante dos estudos avaliaram os efeitos de atividades lúdicas ou do treinamento de força. As sessões tiveram duração média de 50 minutos e intensidade média de 60% da frequência cardíaca máxima (intensidade moderada). Como resultados principais, cem por cento dos estudos analisados mostraram que a prática regular de exercícios com a carga descrita acima induz melhora em parâmetros relacionados com a depressão. Especificamente, 54 por cento dos estudos mostraram melhora na autoestima e bem-estar. Como conclusão, a prática de exercícios aeróbicos com intensidade moderada e de longa duração ou exercícios combinados (aeróbio+força), bem como a prática de atividades lúdicas promovem melhora no quadro de depressão de adolescentes, especialmente por meio do aumento da autoestima e do bem-estar.